CARTAS DOS LEITORES
Transportes públicos
Sou um munícipe de Luanda e aproveito a oportunidade para agradecer, desde já, o tratamento que esta carta merecerá da parte do Jornal de Angola. Embora já muitos tenham abordado a questão da falta de transportes pelas ruas de Luanda, vou falar sobre uma necessidade que há muito clama por soluções mais perenes e sustentáveis. Vivo no município de Viana, em Luanda, e falo sobre um problema que afecta não apenas as pessoas que vivem naqueles lados, mas também sobre a grande maioria dos cidadãos que se fazem transportar em meios rolantes proporcionados pelo Estado. Mas dizer que a situação da falta de transportes públicos no município de Viana está a preocupar os munícipes, na medida em que a mobilidade está a ficar cada vez mais dificultada. Nos últimos dias, tem-se registado a falta de transportes, a superlotação dos autocarros, além de outras insuficiências que se notam no funcionamento ainda deficiente dos poucos transportes públicos em circulação. A via de Viana tem falta de meios de transporte. Por outro lado, os autocarros não têm cobradores. Os motoristas fazem o papel de cobradores e, quando o autocarro fica lotado, os motoristas cobram aos passageiros para entrar pela porta de trás. Pedimos a quem de direito para que aumente o número de meios para ajudar os trabalhadores e os estudantes.
MALAMBA MBOTE Viana
Estreito de Taiwan
A escalada da situação no Estreito de Taiwan, uma zona marítima que separa a China continental da Formosa, hoje Taiwan, o "território renegado" da China, pode levar à guerra entre aquelas duas entidades e com a eventual participação dos Estados Unidos. Há dias, a Vice-presidente americana, Kemala Harris, esteve de visita oficial a alguns países da referida zona, em que aproveitou para denunciar a "agressividade chinesa", atendendo à forma como aquele país reivindica só para si o chamado Mar do Sul da China. As coisas começam a aquecer na medida em que os dois países, a China e os
Estados Unidos, parecem empenhados em flectir os músculos em defesa dos seus interesses. Os sucessivos exercícios militares podem ser um prenúncio de guerra. E os Estados Unidos parecem muito interessados num ajuste de contas com a China. Os americanos, que parecem muito interessados numa possível declaração de independência por parte da ilha, têm um pacto de defesa ou de ajuda a Taiwan em caso de invasão ou "anexação forçada" por parte da China. A ONU, que acompanha o evoluir da situação no Extremo Oriente, deve intervir para mediar no sentido de reduzir a tensão em nome da paz e segurança internacionais. O mundo acompanha com atenção a forma como os Estados Unidos se retiraram do Afeganistão e seguramente vaticinam duas coisas, nomeadamente: ou um desgaste do poderio militar americano ou uma reviravolta ainda mais agressiva. Esperemos que as duas potências saibam gerir melhor o actual momento de crise e desafios crescentes nas relações entre os Estados que pretendem se impor porque a todos interessa a paz e a estabilidade..
ALEXANDRE GOUVEIA Gamek