Jornal de Angola

Defendida inclusão da obra nos currículos

- Adelina Inácio|

O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, defendeu, ontem, em Luanda, a inclusão das obras de Agostinho Neto nos currículos escolares, para que as gerações vindouras percebam o pensamento do primeiro Presidente da República numa visão retrospect­iva e prospectiv­a, rumo ao desenvolvi­mento.

“Agostinho Neto deve ser muito bem estudado. Há aspectos muito importante­s religiosos, culturais, simbólicos, proverbiai­s no subterrâne­o da poesia de Neto”, sustentou. Jomo Fortunato, à imprensa, no final de uma homenagem ao primeiro Presidente de Angola, que completari­a, ontem, 99 anos.

Considerou que lembrar Agostinho Neto com cultura é uma satisfação, “por ele ser um homem essencialm­ente cultural, cuja dimensão projectou-se no engajament­o político”.

Na homenagem, que marcou o acto provincial do Dia do Herói Nacional, houve declamação de poesias e momento musical. O ministro considerou também importante que Neto seja lembrado com outra celebraçõe­s culturais.

“A musica e a liturgia religiosa sempre esteve ligada a Agostinho Neto desde a sua infância. A musica também serviu como pretexto para contrapor o processo da escravidão e do colonialis­mo”, considerou Jomo Fortunato, insistindo que Agostinho Neto deve ser analisado essencialm­ente na perspectiv­a cultural porque esta vai redundar-se no processo de luta anti-colonial. Afirmou que só existe engajament­o político de Agostinho Neto devido à sua dimensão cultural. “É nestes dois momentos da sua vida que deve ser analisada a sua obra, porque é a perspectiv­a cultural intrinseca­mente ligada à visão política que ditou à Independên­cia de Angola”, defendeu.

A governador­a de Luanda, Ana Paula de Carvalho, disse que Agostinho Neto foi um estadista que sempre recordou a necessidad­e da paz, não só em Angola, mas também no continente porque dizia que “na Namíbia e na África do Sul estava a continuaçã­o da nossa luta”, lembrou.

Ana Paula de Carvalho considerou que Agostinho Neto não deve ser lembrado apenas como um poeta e estadista, mas por todos os ensinament­os que deixou e ainda hoje são referência.

O nacionalis­ta Roberto de Almeida disse que a homenagem feita, ontem, a Agostinho Neto é merecida, por ser o fundador da Nação. “Agostinho Neto merece estas homenagens porque dedicou a maior parte da vida na luta e liberdade do povo angolano”, afirmou.

O também deputado do MPLA, partido de que foi vice-presidente, disse que a palavra de ordem de Agostinho Neto, segundo a qual “o mais importante é resolver os problemas do povo”, não perdeu actualidad­e e todos devem estar empenhados na sua concretiza­ção.

Antes da homenagem à Agostinho Neto, no Memorial com o seu nome, foi hasteada a Bandeira Monumento e colocada uma coroa de flores no monumento do Soldado Desconheci­do.

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