“Tratava-me como filho"
"Dibuca" lembra que almoçou e tomou o pequeno-almoço com Neto em cerca de 10 dias e na maioria das vezes passava com ele mais de oito horas diárias. “Tratava-me como filho e eu, pasmado, não queria acreditar que estava diante de Agostinho Neto”, disse.
Quem, também, testemunhou a visita do Presidente Neto foi o electricista Emídio de Aragão Gonçalves (já falecido). Este cuidava do funcionamento dos dois grupos geradores que forneciam energia eléctrica à residência de campo do Presidente Neto.
Em 2020, aos 85 anos, Emídio Aragão Gonçalves disse, em entrevista ao Jornal de Angola, que um dia viu Agostinho Neto a saudar senhoras
que
vinham das lavras. Pediu para pararem e prontamente foi correspondido. “Manguxi” ajudava as camponesas a retirar da cabeça os cestos com mantimentos que carregavam e depois partiu para a conversa, que durou cerca de 15 minutos.
“Como estão as mamãs? Como vai o cultivo? O que vão produzir a partir de Setembro? Conhecem-me? Assim, perguntava Neto, visivelmente alegre e com ligeiro sorriso", segundo Emídio Gonçalves. Lembrou que Neto recebia das senhoras respostas oportunas.
Acrescentou que as mulheres disseram não conhecer a pessoa com quem falavam mas reconheceram que era muito parecido a Manguxi-dyamulaulá.
Depois do diálogo, Neto voltou a ajudar as senhoras a colocar os cestos à cabeça, despediu-se delas, revelando, antes, que “era mesmo o Agostinho Neto”.
Profunda admiração tomou conta das senhoras, que reagiram com palmas prolongadas.
Depois disso, uma das senhoras queria voltar à conversa, mas Agostinho Neto prometeu continuar o diálogo num outro momento, devido à agenda que tinha naquele dia.