Jornal de Angola

Remessas descem para 41 mil milhões de dólares

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As remessas para os países africanos deverão descer 5,4% este ano, caindo de 44 mil milhões de dólares, em 2020, para 41 mil milhões este ano, devido aos efeitos da pandemia, prevê a Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU).

De acordo com o relatório sobre a Migração Continenta­l, produzido pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) e pela União Africana, a queda de 37,2 mil milhões de euros, em 2020, para 34,7 mil milhões de euros, este ano, é explicada essencialm­ente pelos efeitos da pandemia de Covid-19 e pelas implicaçõe­s na capacidade que os emigrantes têm de enviar dinheiro para os seus países.

“A UNECA projecta que o fluxo de remessas em 2020 possa ter caído 21% no ano passado, o que implica que há menos 18 mil milhões de dólares a irem para as pessoas que dependem dessas verbas, é, por isso, crítico preservar esta linha de salvamento”, lê-se na nota enviada à Lusa.

“O fluxo de remessas vai ser mais importante que nunca para os países mais pobres e para os povos mais vulnerávei­s, especialme­nte aqueles sem acesso a redes de segurança económica e social”, acrescenta-se no texto.

O relatório, que não indica valores por país, recomenda que os governos tomem medidas para facilitar e aumentar as receitas para apoiar o combate à pandemia da Covid-19 e, em última análise, “construir um mundo pós-pandemia mais sustentáve­l”.

As remessas representa­m 65% da receita de alguns países e os emigrantes enviam cerca de 15% do seu rendimento para o seu país, em média, sendo a principal fonte de receita para 25 países africanos.

Criticando o custo de envio de remessas para África, “muito longe da meta de 3%”, o relatório defende ainda que os custos destas transferên­cias devem ser diminuídos através da utilização de plataforma­s digitais, que podem encurtar estas despesas em 7%, e pela criação de mecanismos de concorrênc­ia entre os bancos e as agências financeira­s de envio de remessas.

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