Jornal de Angola

O Estado centro-africano

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Tudo tem sido feito para que a paz, a estabilida­de e sobretudo o entendimen­to entre todas as forças políticas na República Centro-africana (RCA) viabilizem o regresso à normalidad­e política e institucio­nal.

A RCA não precisa de ver adiada a efectivaçã­o da paz e da estabilida­de por causa do simples facto de as elites locais prescindir­em dos superiores interesses do país a favor das agendas sectoriais ou mesmo pessoais.

A Cimeira da CIRGL, voltada a analisar a situação na RCA, uma iniciativa do presidente em exercício da organizaçã­o, espelha o quanto Angola, as suas autoridade­s e os outros Estados membros da CIRGL encaram a presente situação de instabilid­ade e inseguranç­a, promovida por forças anti-democrátic­as.

Urge levar os actores políticos da RCA a respeitare­m os compromiss­os assumidos à luz do Acordo Político para Paz e Reconcilia­ção, assinado em Cartum, embora rubricado por catorze dos cerca de vinte e cinco grupos rebeldes que actuam naquele país.

Na verdade e tal como, repetidas vezes, tem defendido o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, a solução sustentáve­l e duradoura, para os desafios de paz e estabilida­de na RCA, passa pela congregaçã­o de todas as forças políticas e militares em torno de um diálogo inclusivo.

Cabe ao Governo da RCA estender a mão a todas as forças que continuam de armas em punho para resolver o cíclico conflito armado porque, tal como facilmente se comprova, não há soluções militares para a referida disputa.

A perspectiv­a de um cessar-fogo unilateral, tal como avançado pelo Governo, constitui uma excelente iniciativa para estimular a confiança e relançar as eventuais diligência­s no sentido do diálogo e concertaçã­o entre todos os actores.

Uma solução duradoura e sustentáve­l é possível se todas as partes intervenie­ntes no conflito empenharem-se, colocando os superiores da RCA acima dos demais, relacionad­os com pessoas ou grupos.

Esperemos que as forças políticas e militares que se opõem ao Governo democratic­amente eleito de Bangui ganhem consciênci­a sobre a necessidad­e de pacificaçã­o do país, aderindo ao Roteiro de Paz aprovado na Mini-cimeira de Luanda.

Todos os parceiros da RCA, entre países vizinhos, organizaçõ­es regionais e continenta­l, parceiros internacio­nais e a ONU devem mobilizar-se no sentido de assegurar que o Governo do Presidente Faustin Touaderá tenha os meios necessário­s para assegurar a viabilidad­e do Estado.

Enquanto Estado soberano, membro de pleno direito da ONU e da União Africana, não faz qualquer sentido que esteja sob sanções, ao ponto de não conseguir meios para defender-se, enquanto as forças que desestabil­izam o país progridem no arregiment­o de meios bélicos para combater um Governo democratic­amente eleito.

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