Um milhão de crianças impedidas de ir à escola
Pelo menos um milhão de crianças na Nigéria não podem ir à escola no ano lectivo que começa este mês, por causa da violência na sequência dos raptos que ocorreram nos últimos meses, alertou, quinta-feira, a Unicef citada pela AFP.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 37 milhões de crianças nigerianas iniciam este mês o novo ano escolar, mas pelo menos um milhão não vai conseguir ir à aulas por causa dos receios dos pais sobre os raptos.
“É inaceitável que as comunidades tenham de se preocupar com o envio dos filhos para a escola por terem medo de que sejam sequestrados naquele que devia ser um espaço seguro”, disse o representante da Unicef no país africano, Peter Hawkins.
O responsável considerou “inaceitável que as crianças tenham medo de voltar a encontrar os seus amigos e as aulas, e que os pais tenham medo de enviar os filhos para a escola, sabendo que podem não os voltar a ver”.
“Esta insegurança tem de terminar para que as crianças possam voltar à sua vida normal”, defendeu Hawkins, num comunicado. Desde Janeiro, houve 20 ataques a escolas na Nigéria, com 1.436 crianças raptadas, 16 menores mortos e mais de 200 continuam desaparecidas, de acordo comosnúmerosdaorganização das Nações Unidas.
A prova da instabilidade no país surgiu na quartafeira, quando, pelo menos, 16 soldados e dois milicianos anti-jihadistas foram mortos numa emboscada atribuída ao grupo Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap) no Nordeste da Nigéria, disseram à AFP duas fontes militares.
O ataque foi dos mais mortíferos perpetrados este ano pelo Iswap contra as forças nigerianas, que lutam para derrotar a insurgência islamita