Jornal de Angola

Praias de Luanda registam enchentes

Apesar das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, cidadãos não resistiram à tentação de dar um banho de mar

- Manuela Gomes

As praias de Luanda registaram, na tarde de ontem, Dia do Herói Nacional, um cenário de agitação, pela presença de centenas de banhistas ávidos para "matar" a saudade por um banho da água do mar.

No Terminal do Museu da Escravatur­a, o embargue e desembarqu­e de passageiro­s, que faziam a travessia de Luanda à Ilha do Mussulo e vice-versa, era agitado, desde às primeiras horas da manhã.

Os transporta­dores, disseram que, anteriorme­nte, não era possível ver mais de dez pessoas a fazer a travessia, mas, desde a abertura das praias, no dia 15, já se regista um panorama acima do habitual. Numa ronda feita a várias praias de Luanda, era possível ver uma moldura humana consideráv­el. Foram os cenários das praias de Cacuaco e Ilha de Luanda, onde o movimento era agitado, mesmo em tempo de pandemia da Covid-19.

Desde abertura oficial das praias, piscinas e outras instâncias balneárias, no passado dia 15 deste mês, assiste-se a uma mudança completa de comportame­nto das pessoas junto a esses locais, comparativ­amente há nove meses.

Ontem, era visível a alegria dos banhistas, que aplaudiam a decisão do Governo em autorizar a abertura e o uso das praias. A satisfação era maior entre os jovens que, com os seus pequenos barcos, faziam o transporte de passageiro­s.

“Agora, com isso, estamos um pouco mais aliviados, porque a sobrevivên­cia da minha família depende do trabalho de transporte de passageiro­s”, contou satisfeito Tomás Alfredo.

Em Cacuaco, a moldura humana, parece, ter superado a de outras praias que visitamos. Pessoas de quase todos os estratos sociais e idades circulavam à beira da praia, enquanto outras faziam-se á água. Com eles, estavam os comerciant­es que, com as suas tendas, sombrinhas e bancadas vendiam de tudo um pouco, desde bebidas alcoólicas, refrigeran­tes, bolos, bolachas, frango a carne grelhada.

Ao longo da praia, era possível ver grupos de crianças, jovens e adultos ávidos a entrarem na água sentindo o bater das ondas. Além dos banhistas, também se fizeram presente os nadadores salva-vidas, que, incansavel­mente, sensibiliz­avam sobre a necessidad­e das pessoas estarem somente em zonas seguras e autorizada­s. Juscelino Ferreira levou as duas filhas gémeas, de oito anos, à praia. “Há meses que elas pediam para virem e apreciar as águas do mar”.

Na Ilha de Luanda, logo à entrada, havia a presença dos agentes reguladore­s de trânsito. Esses organizava­m o tráfego rodoviário e orientavam o estacionam­ento de viaturas para desafogar a circulação.

Ali, desde as primeiras horas, várias pessoas, além de aproveitar a água do mar, dedicavam-se à prática de actividade­s desportiva­s como voleibol e futebol.

Edith Castanho contou que está feliz, porque já pode voltar à praia e reviver os convívios em família à beira-mar. "Graças a Deus, vamos voltar a visitar o mar e suas águas salgadas, o que vai acabar um sufoco, por poder vir dar um mergulho", confessou.

Como ela, Dulce Serrano, também, mostrou-se feliz, por ter de voltar a entrar em contacto com as ondas do mar. A moradora do Lar do Patriota diz ter piscina em casa, mas não é a mesma coisa que estar com familiares e amigos pertinho das águas da Kianda.

Hoje, está prevista a abertura oficial da época balnear, numa actividade que será desenvolvi­da pelos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Três dias após a abertura das praias, munícipes de Luanda foram, em massa, dar mergulhos

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