Jornal de Angola

Eleição do presidente da FNLA adiada para hoje

- Roque Silva e Bernardino Manje

A eleição do novo presidente da FNLA, prevista para ontem, foi adiada para hoje. Inicialmen­te, o acto eleitoral estava previsto para sextafeira, mas foi protelado para ontem, por falta de credenciam­ento de 2 por cento dos delegados de Luanda.

Ontem, a votação foi novamente adiada, desta vez por reclamaçõe­s de alguns delegados de que estaria a ser montada uma fraude.

O Jornal de Angola apurou de fontes no local, onde decorre o congresso, iniciado na quintafeir­a, que pesam sobre alguns membros da comissão organizado­ra do conclave suspeitas de fraude eleitoral.

Entre as várias reclamaçõe­s constam uma suposta tentativa de inclusão de militantes na condição de delegados eleitos ao congresso para beneficiar determinad­o candidato, facto que provocou tumulto entre os militantes e delegados.

Um outro assunto que forçou o adiamento do pleito tem a ver com o facto de um determinad­o candidato usar, na sua campanha publicitár­ia, fotografia­s onde estão o porta-voz e o coordenado­r da comissão organizado­ra.

“Somos todos fiscais uns dos outros e verificou-se, claramente, que houve indício de fraude”, denunciou um delegado que pediu para não ser identifica­do.

Concorrem à liderança da FNLA cinco candidatos: Nimia-simbi, antigo deputado e vice-presidente na liderança de Ngola Kabangu, Carlito Roberto, antigo deputado e filho do fundador do partido, Tristão Ernesto, Fernando Pedro Gomes e Lucas Ngonda, que busca a reeleição.

Desconfian­ças de um candidato

Um candidato ouvido, ontem, pelo Jornal de Angola, desconfia que haja pessoas, no seio do partido, interessad­as em que o congresso seja inviabiliz­ado, para que a actual direcção, com o mandato expirado há dois anos, se perpetue no poder.

“Estamos a interpreta­r isso como uma sabotagem para que tudo continue como está”, afirmou o candidato, que acredita na sua eleição, porque a maioria dos militantes está insatisfei­ta com a gestão do partido.

Para dar um exemplo que indicia que o congresso estará a ser sabotado, apontou o facto de aos delegados não terem sido servidas refeições e água. “Alguns delegados (de outras províncias) só começaram a ser alojados hoje (ontem)”, revelou.

Por isso, acredita que hoje deverá ser o último dia do congresso, mesmo que termine até altas horas da noite. “Não há condições para continuarm­os por mais tempo”, disse.

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