Mais 200 milhões de doses para países de baixo rendimento
A União Europeia (UE) quer acelerar a vacinação da Covid-19 nos países com baixo rendimento e doar mais 200 milhões de doses até meados de 2022, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
“A minha primeira prioridade é acelerar a vacinação nos países de baixo rendimento. Posso anunciar que a Comissão vai acrescentar uma nova doação de mais 200 milhões de doses até meados do próximo ano”, disse, no discurso do Estado da União (SOTEU, na sigla inglesa).
“Trata-se de um investimento na solidariedade e é um investimento também na saúde global”, salientou, perante os eurodeputados. Estas 200 milhões de doses acrescem a 700 milhões que a UE já entregou a mais de 130 países, salientou ainda.
A segunda prioridade delineada por Von der Leyen, no discurso do Estado da União, no Parlamento Europeu, terça-feira, onde fez o balanço deste ano e projectou as prioridades para 2022, é prosseguir os esforços de vacinação contra a pandemia na UE.
“Vemos divergências preocupantes entre os Estados-membros no que respeita às taxas de vacinação e por isso precisamos de manter o ímpeto”, considerando que não se pode cair “numa pandemia dos não vacinados”.
“Temos 1,8 mil milhões de doses adicionais asseguradas, o que é suficiente para nós e para a nossa vizinhança e ainda se forem necessárias vacinas de reforço”, salientou.
A líder do Executivo comunitário anunciou também uma verba de 50 mil milhões até 2027 para a preparação e resiliência sanitária na UE.
“…Concretizamos esse desafio, apresentando uma proposta para criar e pôr em funcionamento a HERA”, disse, referindose à nova agência europeia, a Health Emergency Response Authority, para combater futuras pandemias e para melhorar a coordenação entre os 27 Estadosmembros.
Von der Leyen destacou que a UE dispõe “da capacidade científica e de inovação, dos conhecimentos especializados do sector privado e de autoridades nacionais competentes”, faltando apenas “reunir tudo isto, incluindo um financiamento maciço”.
O nosso objectivo é garantir que nenhum vírus transformará uma epidemia local numa pandemia global”, adiantou.
O primeiro discurso do Estado da União foi proferido pelo então presidente da Comissão José Manuel Durão Barroso, em 7 de Setembro de 2010, uma prática que foi seguida pelo seu sucessor, Jean-claude Juncker, e pela actual chefe do executivo comunitário.
Ursula Von der Leyen, que tomou posse em 1 de Dezembro de 2019, fez a sua primeira intervenção deste género em 16 de Setembro de 2020.