Jornal de Angola

Justiça sul-africana e Manuel Chang

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O Fórum para a Monitoria do Orçamento (FMO) defendeu, sexta-feira, que o compromiss­o da África do Sul em erradicar a corrupção, inclusive por meio de extradiçõe­s, implica “ter a certeza” que o ex-ministro moçambican­o das Finanças Manuel Chang não está imune a processos criminais no seu país.

“O ministro da Justiça, Ronald Lamola, faria com que a África do Sul desrespeit­asse as suas obrigações legais internacio­nais se extraditas­se o Sr. Chang para um país onde é provável, ou há incerteza sobre se ele não será processado pelos crimes”, argumentou em tribunal o FMO.

“O ministro não pode extraditar Chang para Moçambique, onde o antigo governante goza de imunidade. A decisão do ministro deve ser declarada novamente inconstitu­cional”, frisou.

O Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburg­o, ouviu, ontem, por videoconfe­rência, a contestaçã­o do Fórum para a Monitoria do Orçamento (FMO) à extradição do ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang para o seu país, depois de ter adiado por duas vezes a audição do caso em 25 e 27 de Agosto. Por outro lado, a Fundação Helen Suzman (HSF) sustentou que o ministro da Justiça sul-africano tinha o dever constituci­onal de garantir a detenção e acusação eficaz do ex-ministro moçambican­o, Manuel Chang, por corrupção, condenando a decisão de extradição para Moçambique.

“O ministro foi obrigado a tomar medidas para garantir que haveria um processo e isso incluía o dever de se certificar de que o senhor Chang seria preso quando chegasse a Moçambique e não estariaimu­neajulgame­nto”,adiantou a Organizaçã­o Não-governamen­tal sul-africana. “A decisão de extraditar Chang foi ilegal, irracional e inconstitu­cional”, referiu a Fundação Helen Suzman.

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DR Advogados consideram que o tribunal viola direitos dos réus ao interrogá-los por largas horas
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