FAO financia projecto avaliado em 1,5 milhões de dólares
Projecto prevê a reactivação do centro agroecológico do Bimbi bem como o Agro-prodesi e a gestão da biodiversidade na província do Cuando Cubango
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) financiou, no Cuando Cubango, um projecto de 1,5 milhões de dólares para apoiar 50 mil camponeses, na maioria mulheres e jovens empreendedores. O projecto foi lançado pela representante da FAO em Angola, Gherda Barreto, na sede municipal do Cuito Cuanavale, durante o acto deaberturanacionaldacampanha agrícola 2021/2022.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) financiou, na última quinta-feira, na província do Cuando Cubango, um projecto de 1,5 milhões de dólares para apoiar 50 mil camponeses, na sua maioria mulheres e jovens empreendedores.
O lançamento do projecto foi feito pela representante da FAO em Angola, Gherda Barreto, na sede municipal do Cuito Cuanavale, durante o acto de abertura nacional da campanha agrícola 2021/2022.
Na ocasião, Gherda Barreto entregou, simbolicamente, alguns "kits" agrícolas, dos 1.500 disponíveis, os quais serão distribuídos na totalidade em todososmunicípiosdaprovíncia para a produção em grande escala de cereais, tubérculos, leguminosas e hortícolas.
Gherda Barreto disse que a sua organização pretende apoiar pequenos agricultores, com destaque para as cooperativas de mulheres e jovens empreendedores, para que possam desenvolver melhor as suas actividades na presente campanha agrícola, contribuindo desta forma para a segurança alimentar das famílias angolanas, sobretudo aquelas que vivem nas comunidades rurais.
Explicou que a distribuição dos kits será feita de acordo as necessidades identificadas em cada localidade, sendo agrupados a categoria de kit de Combate a Seca, Mulheres empreendedoras, Jovens de agronegócio, Escolas de campo esilientes e Reforço da nutrição.
Combate à seca
Referiu que por exemplo o kit de Combate a seca contempla sistema de irrigação com moto-bombas, tanques de depósito de água, sementes de milho, massango e feijão, blocos de sais minerais para o gado e produtos veterinários para tratar os animais. Ao passo que o kit Mulheres empreendedoras inclui motos de três rodas "Kaleluias" para o tranaporte de produtos, moageiras, tanques de irrigação e conserva de água, sementes de cereais e hortícolas.
Para o kit Escolas de campo resilientes tem painéis solares e diversas fruteiras, para além de sementes de batata-doce, galinhas e produtos para o tratamento dos animais. Gherda Barreto realçou que antes de receberem os kits os beneficiários são formados como devem utilizar cada material e o produto. Acrecentando que todos os kits incluem também enxadas e catanas, assim como barras de sabão no quadro do contexto da prevenção da Covid-19.
Anunciou que o projecto da sua organização prevê ainda a reactivação do centro agroecológico do Bimbi, a 50 quilómetros da cidade de Menongue, o Agro-prodesi e a gestão da biodiversidade na província.
Escritório provincial
Gherda Barreto salientou que para melhor acompamento destes projectos a FAO vai contar com um escritório no Cuando Cubango que estará numa primeira fase na sede do Governo da Província.
“Pretendemos com tudo isto reforçar as iniciativas do Governo do Cuando Cubango, tendo em vista as terras aráveis e recursos hídricos em abundância nesta região que são principais elementos para a prática de uma agricultura sem qualquer constrangimento para dar reposta a falta de alimentos a muitas famílias”, disse a responsável.
Acrescentou que para o efeito devem ser criadas escolas de campo e a formação dos camponeses para que eles possam desenvolver as suas actividades com novas metodologias de cultivos e que dão melhores resultados.
Sublinhou que a FAO já começou com o processo de identificação das mulheres e jovens que serão parte integrante deste projecto que prevê abranger numa primeira fase a formação de 600 produtores do município de Menongue para posteriormente estender a outras localidades da província.
Fez saber que a nível do país a FAO controla quatro mil escolas de campo resilientes que são asseguradas por 120 mil famílias camponesas.
Gherda Barreto destacou a importância dada pelo Executivo angolano, através de vários Ministérios, à agricultura familiar e à valorização desta actividade, considerando-a factor essencial para a diversificação da economia e o aumento da produção.