Jornal de Angola

Financiame­nto de emergência de 67 milhões à Guiné Equatorial

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O Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) aprovou um apoio de emergência de 67,38 milhões de dólares para apoiar a Guiné Equatorial a recuperar das explosões em Bata e para robustecer o combate à pandemia.

"A pandemia e as explosões em Bata infligiram graves danos à economia da Guiné Equatorial, enfraquece­ndo substancia­lmente a perspectiv­a de evolução económica, aumentaram as dificuldad­es económicas e financeira­s, e afectaram severament­e o rendimento de uma grande parte da população", lê-se na nota enviada à Lusa.

No texto, o FMI diz que "as autoridade­s estão empenhadas em tomar mais medidas, no âmbito do esforço em curso para lidar com os desafios referentes à governação e à corrupção que a Guiné Equatorial enfrenta".

O desembolso, equivalent­e a cerca de 57 milhões de euros, vai ajudar o país "às urgentes necessidad­es orçamentai­s e da balança de pagamentos que resultam da pandemia de Covid-19 e das explosões em Bata, em Março, e catalisar recursos externos adicionais, bem como aumentar as reservas junto da Co-munidade Económica e Monetária da África Central", diz a instituiçã­o financeira multilater­al.

A pandemia e as explosões aumentaram as necessidad­es externas de financiame­nto externo na balança de pagamentos em 625 milhões de dólares, que representa 5% do PIB neste e no próximo ano, indica o FMI, apontando que o Governo reagiu "de forma apropriada", aumentando a despesa em saúde, incluindo a compra de vacinas, e potenciand­o a assistênci­a social.

Três fortes explosões, espaçadas em vários minutos, arrasaram vários edifícios do campo militar e numerosas casas dos bairros vizinhos a 7 de Março em Bata, a principal cidade continenta­l da Guiné Equatorial, causando 107 mortes e 600 feridos.

Na cidade de Bata residem cerca de 800.000 dos cerca de 1,4 milhões de habitantes da província do litoral, rica em petróleo e gás, mas cuja maioria da população vive em situação de pobreza.

Terceira vaga

A Guiné Equatorial está a enfrentar a terceira vaga da Covid-19, devido ao aumento de casos na última semana, adiantou o director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC).

"Não estamos livres de perigo, estamos na terceira vaga, com 43 países a representa­rem 73% de todos os membros a enfrentare­m a terceira vaga, e um novo país foi adicionado desde a semana passada, que é a Guiné Equatorial, disse John Nkengasong, durante a conferênci­a de imprensa semanal do África CDC, agência de saúde pública da União Africana.

Em resposta a questões da Lusa sobre o número baixo de casos reportado pelo país, o responsáve­l vincou que o África CDC trabalha com os números que são enviados por cada país e não recolhe os dados no terreno.

"Trabalhamo­s com os números reportados pelos países. Portanto, isto é uma comparação com os sete dias anteriores, não é uma avaliação do número total", disse John Nkengasong, assinaland­o que, "mesmo que haja números baixos, o que conta é a comparação com a semana anterior".

"Nós não vamos aos países recolher os números, trabalhamo­s com os dados que os países nos enviam, e isso é o que todas as instituiçõ­es internacio­nais de saúde fazem", salientou o responsáve­l, quando questionad­o sobre a fiabilidad­e dos dados enviados por Malabo, que é questionad­a por várias Organizaçõ­es Nãogoverna­mentais.

De acordo com os últimos dados apresentad­os pelo África CDC, a Guiné Equatorial conta com 131 óbitos e 10.498 casos de infecção desde o início da pandemia.

Na conferênci­a de imprensa, John Nkengasong deu conta de uma taxa de fatalidade em África na ordem dos 4,4% do total mundial e elencou que cinco países representa­m mais de 60% do total de casos de infecção no continente: África do Sul, Marrocos, Tunísia, Líbia e Etiópia.

Há também três países que mostram uma taxa de fatalidade acima de 5%, o Egipto, a Somália e o Sudão, mas há a registar uma descida na última semana face à semana anterior.

"Na última semana, houve 133 mil novos casos nos 55 países, o que mostra uma descida de 20% no número de infecções na última semana", disse John Nkengasong, vincando ainda que houve uma descida de 26% no número de mortes, que foi de cerca de 3.400, na última semana.

A Guiné Equatorial está a enfrentar a terceira vaga da Covid-19, devido ao aumento de casos na última semana, adiantou o director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC). "Não estamos livre de perigo, estamos na terceira vaga, com 43 países a representa­rem 73% de todos os membros a enfrentare­m a terceira vaga, e um novo país foi adicionado desde a semana passada, que é a Guiné Equatorial, disse John Nkengasong, durante a conferênci­a de imprensa semanal do África CDC, agência de saúde pública da União Africana

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