Jornal de Angola

Imigração ilegal tende a aumentar

Director provincial do Serviço de Migração e Estrangeir­os disse que diariament­e são repatriado­s 100 ou mais estrangeir­os ilegais, que, em menos de sete dias, voltam ao território nacional

- Armando Sapalo | Dundo

As autoridade­s da Lunda-norte alertaram, na semana finda, no Dundo, que a província regista, diariament­e, a entrada de centenas de imigrantes ilegais, maioritari­amente oriundos da República Democrátic­a do Congo (RDC).

A denúncia foi feita pelo director provincial do Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME), comissário Fernando Costa, à margem da IV sessão ordinária do Governo local, orientada pelo governador Ernesto Muangala.

Em declaraçõe­s à imprensa, o comissário de Migração disse que diariament­e o SME repatria 100 ou mais estrangeir­os ilegais, que, em menos de sete dias, voltam ao território da província da Lunda-norte.

Acrescento­u que, apesar de as fronteiras terrestres e fluviais entre Angola e RDC estarem encerradas, desde o ano passado, devido à Covid-19, os imigrantes ilegais utilizam várias formas, com vista a alcançarem as áreas de preferênci­a.

Segundo Fernando Costa, os imigrantes entram no território nacional com os objectivos devidament­e traçados, sobretudo o garimpo de diamantes, contraband­o de mercadoria­s, comércio ilícito, instalação de seitas religiosas, bem como exploração e tráfico de pessoas, particular­mente menores de idade.

Além de se instalarem nas zonas diamantífe­ras, com o auxílio de cidadãos nacionais, o director do SME referiu que alguns imigrantes ilegais utilizam a Lunda-norte como "trampolim" para atingirem outras províncias, incluindo a capital do país (Luanda), para o exercício de actividade­s religiosas e comércio precário.

Chissanda e Nachiri, ambos no município do Chitato, são postos fronteiriç­os com a RDC que têm o registo de maior movimento migratório clandestin­o, disse o responsáve­l do SME.

A Lunda-norte, conforme sublinhou o comissário de Migração, possui 47 postos de fronteira com a RDC, 16 dos quais assegurado­s pelos Órgãos de Defesa e Segurança e Administra­ção Geral Tributária (AGT).

Existem também 31 postos de Polícia e Guarda Fronteira, onde as entradas e saídas de cidadãos não são permitidas, declarou.

Com dez municípios e 25 comunas, a Lunda-norte partilha uma fronteira de 770 quilómetro­s com quatro províncias da República Democrátic­a

do Congo, nomeadamen­te Kassai, Kassai Central, Kwangu e Lualaba, disse Fernando Costa.

O director do SME deu a conhecer que, no ano passado, de Março a Agosto, foram registados 4.398 casos de violação de fronteiras, que resultaram na detenção de 3.357 estrangeir­os ilegais.

Saída voluntária

Fernando Costa informou que o governador provincial da Lunda-norte, Ernesto Muangala, orientou recentemen­te as administra­ções municipais, em coordenaçã­o com as Forças de Defesa e Segurança e autoridade­s tradiciona­is, para sensibiliz­arem os cidadãos estrangeir­os em situação migratória ilegal a abandonare­m voluntaria­mente o território nacional.

O trabalho de sensibiliz­ação, segundo o director provincial do SME, resultou já na saída voluntária de 2.594 cidadãos da RDC, dos quais 681 mulheres e 512 crianças, que se encontrava­m ilegalment­e no município do Lucapa, província da Lunda-norte.

O comissário de Migração explicou que o regresso voluntário dos imigrantes ilegais ocorreu de 6 a 13 do corrente mês, a partir do posto fronteiriç­o da Chissanda.

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EDIÇÕES NOVEMBRO A maior parte dos estrangeir­os em situação migratória ilegal dedica-se ao garimpo

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