Defendida a correcção de solos para o fomento agrícola
O fomento da produção agrícola, na província do Huambo, deve ser reforçado, para além da atribuição de financiamento e distribuição de tractores e fertilizantes, com um projecto de correcção de solos com calcário, para que se possa atingir, em cada época de colheita, índices satisfatórios dos produtos do campo.
O conceito é defendido pelo engenheiro agrónomo, Azevedo Kambimbia, em função das características ácidas e rigidez que os solos da região do Planalto Central apresentam, alinhado à vegetação arbórea “muito complicada”, sendo, por isso, necessário que se faça esta correcção para se “alavancar a produção” na cadeia de valores alimentar.
“A atribuição de crédito e distribuição de tractores e fertilizantes não são condições suficientes no processo de produção agrícola. É essencial que se alinhe, nesta cadeia, um projecto de correcção de solos. É que, às vezes, o trabalho manual não consegue atingir a profundidade necessária para recepção das sementes mesmo em solos devidamente adequados à produção”, defende.
A conjugação destes elementos, distribuição de tractores e fertilizantes e correcção de solos, frisou, permitem a saída, paulatina, de uma agricultura menos produtiva para uma de auto-suficiência, contribuindo, decisivamente, no início do processo de exportações de produtos cultivados nesta região.
Azevedo Kambimbia, que testemunhou o acto de entrega de 15 tractores às cooperativas agrícolas de ex-militares, na comuna do Alto Hama, município do Londuimbali, orientado pela governadora Lotti Nolika, advertiu, ainda, os factores ambientais que influenciam nos resultados da produção agrícola, pelo que, disse, ser importante uma profunda análise para se aferir o tipo de lavouras adaptáveis aos solos de cada região.
O engenheiro agrónomo reconhece o esforço do Executivo angolano no projecto de distribuição de tractores, às cooperativas de ex-militares e outras entidades, para a preparação de terras cultiváveis, acrescentando ser desnecessário à população recorrer às queimadas, a fim de se evitar danos à flora microbiana dos solos, elemento que propicia alta fertilidade dos campos.
A província do Huambo está apostada na produção de milho, feijão, mandioca, soja, batata-rena, ananás e hortícolas, mas, disse, os produtores locais precisam “de evoluir à prática agrícola de outro nível”, recorrendo ao uso de meios mecanizados para que possam, também, dar primazia ao cultivo, em quantidades, de arroz e trigo.
Samuel Ntima, agricultor, na comuna do Alto Hama, no município do Londuimbali, na província do Huambo, assegura fundamental à implementação de sistemas de irrigação, com motobombas, valas de drenagem e represas, como meio de prevenção a estiagem e não se ficar, no período de culturas, em plena dependência das chuvas.