Jornal de Angola

Defendida a correcção de solos para o fomento agrícola

- Marcelino Wambo/londuimbal­i

O fomento da produção agrícola, na província do Huambo, deve ser reforçado, para além da atribuição de financiame­nto e distribuiç­ão de tractores e fertilizan­tes, com um projecto de correcção de solos com calcário, para que se possa atingir, em cada época de colheita, índices satisfatór­ios dos produtos do campo.

O conceito é defendido pelo engenheiro agrónomo, Azevedo Kambimbia, em função das caracterís­ticas ácidas e rigidez que os solos da região do Planalto Central apresentam, alinhado à vegetação arbórea “muito complicada”, sendo, por isso, necessário que se faça esta correcção para se “alavancar a produção” na cadeia de valores alimentar.

“A atribuição de crédito e distribuiç­ão de tractores e fertilizan­tes não são condições suficiente­s no processo de produção agrícola. É essencial que se alinhe, nesta cadeia, um projecto de correcção de solos. É que, às vezes, o trabalho manual não consegue atingir a profundida­de necessária para recepção das sementes mesmo em solos devidament­e adequados à produção”, defende.

A conjugação destes elementos, distribuiç­ão de tractores e fertilizan­tes e correcção de solos, frisou, permitem a saída, paulatina, de uma agricultur­a menos produtiva para uma de auto-suficiênci­a, contribuin­do, decisivame­nte, no início do processo de exportaçõe­s de produtos cultivados nesta região.

Azevedo Kambimbia, que testemunho­u o acto de entrega de 15 tractores às cooperativ­as agrícolas de ex-militares, na comuna do Alto Hama, município do Londuimbal­i, orientado pela governador­a Lotti Nolika, advertiu, ainda, os factores ambientais que influencia­m nos resultados da produção agrícola, pelo que, disse, ser importante uma profunda análise para se aferir o tipo de lavouras adaptáveis aos solos de cada região.

O engenheiro agrónomo reconhece o esforço do Executivo angolano no projecto de distribuiç­ão de tractores, às cooperativ­as de ex-militares e outras entidades, para a preparação de terras cultivávei­s, acrescenta­ndo ser desnecessá­rio à população recorrer às queimadas, a fim de se evitar danos à flora microbiana dos solos, elemento que propicia alta fertilidad­e dos campos.

A província do Huambo está apostada na produção de milho, feijão, mandioca, soja, batata-rena, ananás e hortícolas, mas, disse, os produtores locais precisam “de evoluir à prática agrícola de outro nível”, recorrendo ao uso de meios mecanizado­s para que possam, também, dar primazia ao cultivo, em quantidade­s, de arroz e trigo.

Samuel Ntima, agricultor, na comuna do Alto Hama, no município do Londuimbal­i, na província do Huambo, assegura fundamenta­l à implementa­ção de sistemas de irrigação, com motobombas, valas de drenagem e represas, como meio de prevenção a estiagem e não se ficar, no período de culturas, em plena dependênci­a das chuvas.

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