Opositores de Condé regressam a Conacry
Quatro figuras da oposição da Guiné, que se destacaram pela mobilização contra um terceiro mandato de Alpha Condé, Presidente deposto, receberam, ontem, uma recepção triunfante no seu regresso à Conacry, capital do país, um dia depois da Junta Militar ter descartado a possibilidade de exílio para o ex-presidente, revelou a France Press.
A declaração da Junta Militar vem desafiar a pressão internacional pela libertação de Conde e a imposição de um calendário de seis meses para a realização de eleições. A reafirmação desta posição segue-se, também à visita, sexta-feira, de uma missão da CEDEAO liderada por dois Chefes de Estado.
Mamady Doumbouya, o coronel que liderou o golpe, disse à delegação visitante que “era importante que a CEDEAO ouvisse as aspirações legítimas do povo da Guiné”, revelou um porta-voz da Junta, coronel Amara Camara, na primeira conferência de imprensa em que foi anunciado de que em seis meses poderá realizar-se eleições.
Doumbouya ressaltou a necessidade de não se repetir os “erros do passado”, lembrando que as consultas nacionais para delinear a transição haviam começado há dois dias, sublinhando que “apenas o povo soberano da Guiné decidirá o seu destino”.
Os militares já realizaram conversações com partidos políticos, líderes religiosos, responsáveis de empresas de mineração, e deram garantia de que vão cumprir os compromissos com os empresários e criar um Governo de Unidade Nacional.