Jornal de Angola

Angola “altamente comprometi­da” com as energias renováveis

O Chefe de Estado recebeu o Prémio da Fundação Internacio­nal de Conservaçã­o do Ambiente (ICCF), pelo seu engajament­o nas acções ambientais

- Fonseca Bengui / Washington

Angola está altamente comprometi­da com a promoção de uma agenda nacional no sector das energias renováveis, apesar de figurar como um dos maiores produtores de petróleo de África, afirmou segunda-feira, em Washington, o Presidente João Lourenço.

O Chefe de Estado recebeu o Prémio da Fundação Internacio­nal de Conservaçã­o do Ambiente (ICCF), pelo seu engajament­o nas acções ambientais. A ICCF é uma fundação educativa que reúne congressis­tas americanos, ONG e homens de negócios para a promoção de legislação e acções a favor da conservaçã­o do ambiente.

Ao discursar na gala anual da ICCF, numa das unidades hoteleiras de Washington, João Lourenço, que foi aplaudido de pé pelos presentes, ao ser apresentad­o, reafirmou que o país está, de forma inequívoca, empenhado na reforma, diversific­ação e modernizaç­ão da sua economia. Na nossa agenda de reforma e diversific­ação económica, disse, o turismo e o ecoturismo têm um papel crucial na criação de emprego sustentáve­l com projectos amigos do ambiente.

Na presença do Presidente da Colômbia, Ivan Duque, que também foi homenagead­o, e de congressis­tas republican­os e democratas, João Lourenço destacou as negociaçõe­s com a fundação African Parks, para uma parceria público-privada para a co-gestão de longo prazo e desenvolvi­mento dos parques naturais de Luengue-luiana e Mavinga, no Sudoeste do país.

Ambos, disse o estadista, formam um corredor de ligação a outras zonas protegidas da região transfront­eiriça protegida do Okavangoza­mbeze.

O Presidente da República sublinhou o facto de a região do Okavango-zambeze ser a última fronteira selvagem no Sul de África que compreende rios e lagos que abastecem o Delta do Okavango, no Botswana, e habitats naturais críticos para a migração das maiores populações de elefantes restantes em África e que começam a regressar para Angola vindos da Namíbia, Botswana e Zâmbia.

“A African Parks trará o financiame­nto e a experiênci­a técnica necessária para conservar e administra­r essas vastas áreas que estão sob crescente ameaça de desmatamen­to, fogo e caça furtiva”, informou.

Acrescento­u que a African Parks funcionará como guardachuv­a, debaixo da qual actuarão alguns dos actuais parceiros internacio­nais e locais de Angola, como a Panthera, a Acadir e a DBDS, organizaçõ­es que prestam apoio na preservaçã­o dos felinos e das comunidade­s que ali se encontram.

Durante o evento, foi assinado um acordo entre o Governo de Angola e a Fundação African Parks para a gestão do Parque Nacional do Iona, no Namibe, para colocá-lo ao serviço do ecoturismo internacio­nal.

João Lourenco acredita, também, que a Fundação dos Parques da Paz, de que Angola é membro, continuará a apoiar o Secretaria­do Executivo do Projecto Okavango-zambeze e de implementa­r, no futuro, acções em parceria, no formato pretendido por Angola.

Protocolo contra o tráfico ilícito de espécies

O Presidente João Lourenço anunciou que Angola será o terceiro signatário do Protocolo contra o Tráfico Ilícito de Espécies da Fauna e Flora Selvagens, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacio­nal.

O referido Protocolo, esclareceu, vai permitir maior diálogo entre as forças de protecção da vida selvagem a nível transnacio­nal. Angola e outros Estados signatário­s, prosseguiu, compromete­m-se a adoptar a legislação adequada que tipifica como crime o tráfico ilícito de vida selvagem e partes de animais selvagens.

“Ao assinar este Protocolo, a República de Angola continuará empenhada no combate aos crimes ilegais contra a vida selvagem”, declarou João Lourenço.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕESNOV­EMBRO | WASHINGTON João Lourenço reafirmou que o país está, de forma inequívoca, empenhado na reforma e diversific­ação da economia

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