Jornal de Angola

Processo custa 120 mil milhões de kwanzas

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As despesas do processo de registo eleitoral oficioso vão custar aos cofres do Estado, aproximada­mente, 120 mil milhões de kwanzas, revelou, ontem, o ministro da Administra­ção do Território.

Marcy Lopes esclareceu que o orçamento, plasmado em Diário da República, anteriorme­nte estava avaliado em 74 mil milhões de kwanzas, mas com a depreciaçã­o cambial, fez-se um ajuste que resultou nos 120 mil milhões.

O ministro disse que a questão do número exacto de eleitores é determinan­te para todas as operações de logística, organizaçã­o e realização do processo eleitoral que serão, depois, desencadea­do pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Durante o encontro, Marcy Lopes exortou os actores políticos e não só a evitarem levantar suspeições sobre o processo eleitoral. “O discurso da fraude só serve para duas coisas: macular o processo e afastar o cidadão das urnas, não serve para mais nada”, considerou.

O ministro adiantou que, devido à suspeição de fraude, nas próximas eleições, o boletim eleitoral vai ter mais elementos de segurança, comparativ­amente a um cheque bancário. A questão é que isso acarreta muitos gastos financeiro­s.

Ao referir-se ainda ao discurso da fraude, lembrou que, nas últimas eleições gerais, em 2017, o país registou uma taxa de abstenção na ordem dos 30 por cento, considerad­a “muito alta”. “É bom que tenhamos consciênci­a disso, para evitar que o mesmo aconteça em 2022”, alertou.

“Se, a partida, dizemos que o processo é fraudulent­o, passase a mensagem ao cidadão para não votar porque quem vai ganhar já está identifica­do e que o seu voto não tem valor”, considerou, lembrando que é o cidadão quem governa e deve ter consciênci­a que o seu voto faz diferença.

Os participan­tes da conversa informal com o ministro da Administra­ção do Território enaltecera­m a iniciativa e apelaram a que mais instituiçõ­es adoptem o mecanismo.

A presidente da Comissão de Carteira e Ética lembrou que o jornalista tem a responsabi­lidade de passar uma informação rigorosa, isenta e com qualidade. Segundo Luísa Rogério, quando se tem encontros desta natureza, de forma informal e sem preâmbulos, se obtém informaçõe­s em primeira mão.

O exercício, disse, permitiu desfazer alguns equívocos relativame­nte a conceitos como o porquêdese­rumprocess­ooficioso, oscustoseu­masériedel­inguagem técnicaque­foipassada­noencontro de forma descodific­ada.

Clarice Kaputo considerou de grande importânci­a o “Matabicho”, pois serviu para esclarecer várias áreas cinzentas que ainda existiam até mesmo para os jornalista­s.

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