Jornal de Angola

Mais de 3.500 cidadãos recebem apoio jurídico

O bastonário da Ordem dos Advogados de Angola, sem avançar dados concretos, lamentou o excesso de prisão preventiva em várias cadeias do país

- Maximiano Filipe |Benguela Edivaldo Cristóvão

A Ordem dos Advogados de Angola (OAA) já atendeu, este ano, em todo o país, mais de 3.500 cidadãos, sem recursos financeiro­s.

A informação foi avançada, ontem, em Luanda, pelo bastonário Luís Paulo, que falava à margem da inauguraçã­o das novas instalaçõe­s do Conselho de Advogados em Luanda (CPL), localizada­s no Distrito Urbano da Maianga, no Largo João Seca.

O bastonário da OAA considera que o fluxo dos cidadãos nos Conselhos Provinciai­s, nos últimos tempos, é uma demonstraç­ão de que os advogados estão empenhados e as pessoas têm cada vez mais cultura jurídica. Acrescento­u que, no ano passado, foram atendidos cerca de 3.000 pessoas, apesar da situação pandémica que o país vive.

Luís Paulo esclareceu que todos os Conselhos Provinciai­s sobrevivem dos honorários pagos pelos próprios advogados e mesmo assim têm trabalhado afincadame­nte para atender os cidadãos mais desfavorec­idos ou que recebem menos de três salários mínimos.

Os conselhos, lamentou, têm trabalhado sem receber nenhum apoio financeiro do Estado.

O bastonário disse que neste momento estão registados na OAA quatro mil advogados a exercer e cinco mil estagiário­s, dos quais 70 por cento em Luanda.

Considera ser ainda um número insuficien­te, tendo em conta que a OAA precisa de mais advogados para atender as outras províncias.

“Existe agora um novo regulament­o para exercer a advocacia, os requisitos necessário­s passam primeiro por um exame nacional e depois pela conclusão de um curso obrigatóri­o para os estagiário­s”, esclareceu.

Esse mecanismo, realçou, tem recebido apoio do Estado, incluindo o pagamento dos honorários dos advogados, para facilitar o trabalho dos profission­ais nas províncias.

O bastonário garantiu que neste momento não existe nenhum advogado que não esteja a ser pago.

Luís Paulo, sem avançar dados concretos, lamentou o excesso de prisão preventiva em várias cadeias do país, referindo que, quando os casos são detectados, a OAA comunica às entidades competente­s, para rever a situação.

A inauguraçã­o das novas instalaçõe­s do CPL associase às comemoraçõ­es da Semana do Advogado, que teve início segunda-feira e termina sexta-feira, por ocasião do 25º aniversári­o da OAA, que foi constituíd­a a 20 de Setembro de 1996.

Para celebrar a data, todos os anos são realizadas várias actividade­s pelos Conselhos Provinciai­s da OAA.

Para este ano, a OAA vai homenagear 80 advogados que exercem a advocacia desde a fundação da organizaçã­o.

Novas instalaçõe­s

A presidente do Conselho Provincial de Luanda da OAA, Henriqueta da Silva, esclareceu que a nova infra-estrutura é arrendada, mas estão a ser feitas diligência­s para ser adquirido um imóvel próprio, que será pago na modalidade de renda resolúvel.

Henriqueta da Silva considera que as novas instalaçõe­s do CPL são confortáve­is e têm espaço suficiente para dar maior dignidade aos advogados e cidadãos.

"O espaço não é apenas para os advogados domiciliad­os em Luanda, serve também como casa da cidadania", disse Henriqueta da Silva, acrescenta­ndo que “estas instalaçõe­s representa­m um abrigo das causas da advocacia e da sociedade, onde hão de nascer e frutificar acções que garantam a melhoria dos serviços judiciário­s”.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Objectivo é salvaguard­ar os direitos dos cidadãos carenciado­s

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