Jornal de Angola

Tentativa Golpe de Estado repelida pelo Exército

Numa declaração , o ministro da Informação , Hamza Balul, assegurou que “a tentativa de golpe foi perpetrada por oficiais das Forças Armadas do regime de Al-bashir”.

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O Governo sudanês acusou, ontem, apoiantes do regime deposto em Abril de 2019, do ex-presidente Omar al-bashir, de estarem por detrás da tentativa de Golpe de Estado abortada, domingo, por unidades das Forças Armadas.

Numa declaração lida na televisão oficial Al Sudan, o ministro da Informação e porta-voz do Governo, Hamza Balul, assegurou que “a tentativa de golpe foi perpetrada por oficiais das Forças Armadas remanescen­tes do antigo regime” de Al-bashir.

O porta-voz assegurou que o Governo tem “a situação sob controlo” e os golpistas, tanto militares quanto os civis, foram presos, sem dar mais pormenores. Hamza Balul acrescento­u que a tentativa teve lugar num quartel, na zona de Al Shagara.

Uma fonte militar que pediu o anonimato, citado pela a agência EFE, informou que mais de 40 soldados da Divisão Blindada das zonas militares, incluindo um general, tinham sido detidos e enviados para uma prisão militar para interrogat­ório.

“Tudo está sob controlo. A revolução é vitoriosa”, escreveu no Facebook Mohammed al-fiky Suliman, membro do Conselho Militar Civil Governante, citado pela agência Associated Press (AP).

Al-fiky Suliman pediu aos sudaneses para “protegerem a transição governamen­tal”. Uma fonte do Governo confirmou à France Press (AFP) queosautor­esdogolpet­entaram ocupar o prédio dos meios de comunicaçã­o do Estado, “mas não tiveram sucesso ”.

Uma fonte militar, revelou que um grupo de oficiais das Forças Armadas estava envolvido na tentativa, “mas foi imediatame­nte repelido”. Outra fonte também castrense indicou à AP que altos escalões militares também estavam envolvidos na tentativa de golpe.

O tráfego no centro de Cartum, capital do país, parecia fluído, de acordo com AFP, inclusive em torno do Quartel-general do Exército. Os Serviços de Segurança, no entanto, bloquearam a ponte principal que conecta Cartum à cidade de Omdurman, do outro lado do rio Nilo.

A tentativa de golpe teve como alvo o Governo de Transição estabeleci­do após a queda, em Março de 2019, do Presidente Omar al-bashir, deposto depois como líder do país.

O Sudão está a passar por uma transição frágil, marcada por dificuldad­es económicas e profundas divisões políticas.

Denúncias do Primeiro-ministro

Há uma semana, o Primeiromi­nistro, Abdalla Hamdok, alertou para a existência de “fracturas profundame­nte preocupant­es” dentro das Forças de Segurança do país e pediu a reconcilia­ção entre facções políticas civis e militares.

Segundo a agência Reuters, Abdalla Hamdok fez estas declaraçõe­s ao anunciar uma iniciativa para unificar as facções que guiam o Sudão através de uma frágil transição, após a expulsão, de Omar al-bashir, período, a partir do qual o Sudão passou a ser liderado por uma administra­ção civil -militar.

Quase dois anos depois, a transição continua a enfrentar desafios urgentes, incluindo a pressão de rebeldes e civis para afastar os militares. “Todos os desafios que estamos a enfrentar, na minha opinião, são uma manifestaç­ão de uma crise mais profunda que é principalm­ente política”, disse Abdalla Hamdok a jornalista­s.

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DR Unidades das Forças Armadas rechaçaram uma ofensiva que visava a tomada do poder

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