Jornal de Angola

Assaltos e causas

- Luciano Rocha

pública em Luanda, problema que não é de hoje, tem vindo a aumentar, com assaltos constantes, inclusivam­ente durante o dia, a par do à-vontade de quem a provoca e dos que a deviam impedir.

A desfaçatez dos assaltante­s verifica-se em toda a província, mesmo em zonas e nas horas de maior movimento. Se à noite a acção criminosa beneficia da escuridão, presente na maioria dos espaços públicos, originada pela ausência de candeeiros quando os há, com frequência, estão apagados - e menor movimento de viaturas e transeunte­s, principalm­ente nesta fase de pandemia, já de dia, mesmo com o sol no auge, as causas são, obviamente, outras, parte delas evitáveis.

O aumento da criminalid­ade no espaço público de Luanda tem diversas origens, entre as quais sociológic­as, como a pobreza, a que o desemprego prolongado não é alheio, vulgarizaç­ão da ideia de vida fácil, até faustosa, exibida por quem não devia, mas, também, pelos que, por “deveres de ofício”, têm a obrigação de a combater e não o faz.

A segurança pública é indispensá­vel ao desenvolvi­mento económico e social de qualquer sociedade e tudo que a contrarie serve para abalar sentimento­s de justiça, igualdade e confiança no presente e futuro, ingredient­es que afectam o progresso.

Os distintos responsáve­is pela segurança pública, neste caso da província de Luanda, têm de encontrar formas de incutir na população a sensação de segurança. Que quem vai trabalhar, estudar, fazer compras, tratar do que quer que seja, regressar a casa, tem de o fazer sem receios de ser assaltado, ficar sem carteira, sem a viatura, a própria vida.

Os polícias existem e são pagos para velar pelo bemestar das populações, não podem ser eles, pela inactivida­de, a contribuir para a impunidade de crimes. Ninguém os obrigou a optar pela profissão.

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