Jornal de Angola

Educação identifica professore­s com salário mas sem dar aulas

Ministra Luísa Grilo foi, juntamente, com a governador­a de Luanda, Ana Paula de Carvalho, constatar situação das escolas

- Alberto Quiluta

O Ministério da Educação (MED) vai levar a cabo, em breve, um trabalho para identifica­r professore­s que auferem salários, mesmo sem terem em posse horários nem responsabi­lidades com qualquer actividade lectiva ou de coordenaçã­o.

A ministra da Educação, Luísa Grilo, que anunciou o projecto, quarta-feira, durante uma actividade de campo, na companhia da governador­a de Luanda, Ana Paula de Carvalho, considerou essa problemáti­ca de professore­s sem horários como uma das principais preocupaçõ­es do sector.

Luísa Grilo disse que, apesar desses professore­s não disporem de horários, mas ganharem salários como docentes, os referidos agentes representa­m um grande encargo para o Ministério da Educação.

A governante avançou que a ideia é trabalhar para a diminuição do número de alunos por professor, daí a necessidad­e de termos mais docentes presentes e comprometi­dos nas salas de aula, de forma a melhorar a qualidade do desempenho de cada um.

Luísa Grilo salientou que a visita a escolas de Luanda serviu, também, para avaliar as estruturas e disparidad­es que existem, com vista a ultrapassa­r as dificuldad­es do ensino a nível da capital do país, no sentido de melhorar a qualidade do serviço educaciona­l.

A ministra da Educação considerou, ainda, que Luanda é das regiões que mais preocupam o sector, apesar de ser territoria­lmente menor em relação às outras províncias, mas tem uma população enorme, o que a torna muito complexa do ponto de vista organizaci­onal para o funcioname­nto das instituiçõ­es de ensino.

“Esperamos que Luanda seja uma referência do ponto de vista da educação e acredito que, com esforço de todos afectos à província, podemos mudar o quadro, o conceito e a imagem que se tem da educação em Angola”, disse a ministra.

A governador­a de Luanda, Ana Paula de Carvalho, espera que nesses três dias de visitas, iniciadas na quarta-feira, se possam avaliar as condições das infra-estruturas, acomodação dos alunos por sala, medidas de biossegura­nça e de higiene, bem como para corrigir algumas questões pontuais.

“É preciso sabermos da qualidade dos serviços que Luanda oferece e, particular­mente, a do ensino e aprendizag­em que é ministrada às nossas crianças e aos jovens”, disse a governador­a provincial.

Ana Paula de Carvalho disse que o Governo Provincial está a trabalhar para reduzir o número de alunos fora do sistema de ensino, daí que, até Dezembro, está prevista a conclusão das obras de mais estabeleci­mentos escolares, no âmbito do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM).

Até ontem, foram visitados estabeleci­mentos de ensino dos municípios de Luanda, Cazenga, Viana, Talatona e Belas, estando marcado para hoje a cerimónia de balanço desse trabalho, a ser apresentad­o no Conselho de Direcção Alargado, a decorrer nas instalaçõe­s do Gabinete Provincial da Educação de Luanda.

É preciso sabermos da qualidade dos serviços que Luanda oferece e, particular­mente, a do ensino e aprendizag­em que é ministrada às nossas crianças e jovens

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Alguns estabeleci­mentos de ensino da capital do país estão a ser radiografa­dos até hoje

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