Jornal de Angola

Contraband­o de combustíve­is analisado entre Angola e RDC

Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, solicita a homólogo congolês cooperação na implementa­ção de nova estratégia de combate ao tráfico de combustíve­is

- Victorino Joaquim|

O Governo angolano pretende implementa­r uma nova estratégia de combate ao contraband­o de combustíve­l, com apoio do Governo da República Democrátic­a do Congo (RDC), declarou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, ao seu homólogo para os Hidrocarbo­netos daquele país, Didier Ntubuanga, ontem, em Luanda.

Num encontro consagrado à análise do domínio dos hidrocarbo­netos do dossier da Zona de Interesse Comum (ZIC, um projecto de cooperação bilateral em adopção pelos dois países), em que os dois ministros avaliaram a execução das recomendaç­ões de um encontro realizado em Novembro de 2020, Diamantino Azevedo defendeu mais esforços no domínio da fiscalizaç­ão para impedir o contraband­o.

Ministro congolês manifesta esperança na implementa­ção da ZIC nos prazos previstos, mas reconhece atrasos gerados por mudanças no seu Governo

O governante reafirmou o interesse do Governo angolano na materializ­ação da Zona de Interesse Comum, anunciando que, no quadro das recomendaç­ões da reunião de Novembro, Angola tem vindo a marcar passos que já permitiram a criação da sua comissão técnica que vai trabalhar no acompanham­ento da implementa­ção do projecto bilateral.

Diamantino Azevedo explicou o interesse angolano em avançar com o projecto ZIC, pelas oportunida­des que poderá gerar para os dois países e a urgência no desencadea­mento de acções no domínio da transição energética, apelando para a necessidad­e da adopção de um cronograma de trabalho com acções e prazos devidament­e definidos.

O ministro também referiu as realizaçõe­s no domínio da reestrutur­ação do sector petrolífer­o do país e ressaltou a importânci­a da criação da comissão técnica conjunta.

Por sua vez, o ministro dos Hidrocarbo­netos da República Democrátic­a do Congo manifestou a necessidad­e de se formalizar o comércio informal praticado pelos povos dos dois países, uma vez que, de “Angola, partem vários produtos acabados com destino à RDC por via de um comércio informal”, algo que considerou que deve acabar, “para que os dois países possam ganhar”.

Didier Ntubuanga disse esperar que, dentro de 14 meses, o projecto ZIC possa ser concretiza­do, para a RDC poder obter benefícios da componente dos hidrocarbo­netos, admitindo que o seu país está atrasado no que concerne à execução das recomendaç­ões saídas do último encontro, realizado em Novembro do ano passado.

Segundo o ministro congolês, o atraso deve-se, entre outros factores, a uma alteração do Governo da RDC, com o qual o país passou a contar com um novo ministro dos Hidrocarbo­netos.

O encontro de ontem analisou, entre outros assuntos, a situação e o potencial petrolífer­o da Zona de Interesse Comum, protocolos e contratos assinados entre os dois países, a criação de uma comissão técnica bilateral para o acompanham­ento da implementa­ção do ZIC e a criação de um mecanismo conjunto para a comerciali­zação de produtos petrolífer­os entre os dois países, bem como a criação de um roteiro de acções.

Angola e a República Democrátic­a do Congo partilham uma extensa fronteira terrestre, marítima e fluvial e, nos últimos anos, “cresce o contraband­o de combustíve­l”, na zona comum, denunciado constantem­ente pelas autoridade­s angolanas.

 ?? EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Angola tem denunciado o tráfico de combustíve­is ao longo da extensa fronteira com a República Democrátic­a do Congo
EDIÇÕES NOVEMBRO Angola tem denunciado o tráfico de combustíve­is ao longo da extensa fronteira com a República Democrátic­a do Congo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola