Proposto tribunal especial para julgar crimes de guerra
de uma quinzena de organizações da sociedade civil da Libéria apresentaram, quarta-feira, no Parlamento um projecto de lei que, segundo elas, pretende estabelecer um tribunal para julgar crimes cometidos durante mais de 20 anos de guerra civil.
A Efe referiu que as organizações tomaram a iniciativa porque, 18 anos após o fim da guerra civil, o debate sobre a criação desse tribunal decorre na praça pública e a Libéria, sob a Presidência de Ellen Johnson Sirleaf e, desde 2018, de George Weah, ainda não seguiu as recomendações feitas em 2009 por uma comissão especial.
Esta comissão recomendou, entre outras sugestões, o julgamento de uma série de senhores de guerra e de alegados criminosos. Um tribunal suíço condenou, na semana passada, a 20 anos de prisão um antigo comandante rebelde acusado de múltiplas atrocidades durante as guerras civis da Libéria.
Por sua vez, o antigo líder rebelde do Movimento Unido de Libertação da Libéria para a Democracia (ULIMO), Joshua Milton Blahyi, anunciou, ontem, que se tornou um pastor evangelista e que percorre há 15 anos os bairros pobres de Monróvia para tirar excrianças-soldados das drogas e do crime, noticiou a AFP.
Mais conhecido por “General Butt Naked” (“traseiro nu”, em tradução livre), o ex-chefe de guerra apoiava o Presidente Samuel Doe, cujo assassinato desencadeou uma das guerras mais violentas do continente africano, com 250 mil mortos entre 1989 e 2003. “Na minha opinião, essas crianças são vítimas. Não são criminosas. Nós as fizemos pegar em armas e consumir drogas. Agora quero consertar esse erro”, declarou. Com este objectivo, construiu um complexo cercado por altos muros, 25 km a norte da capital, onde quase 500 excrianças-soldados receberam, segundo ele, aulas de carpintaria, canalização e pintura.