Sector da Saúde em Luanda precisa de 2.280 médicos
Executivo reconhece esforços dos profissionais, apesar das condições difíceis em que são obrigados, às vezes, a trabalhar
Luanda precisa de 2.280 médicos, o triplo dos actuais 760 profissionais, para assegurar um atendimento condigno ao número de pacientes que acorrem, todos os dias, às unidades sanitárias, revelou, ontem, o director do Gabinete Provincial de Saúde.
Manuel Varela, que falava no acto provincial do Dia Nacional do Trabalhador da Saúde, ocorrido no Hospital Geral de Luanda, avançou que, actualmente, o sector a nível da capital do país tem um total de 14 mil funcionários, entre os quais os referidos 760 médicos e sete mil enfermeiros.
Os restantes trabalhadores pertencem às áreas de apoio hospitalar, mas o director do Gabinete Provincial da Saúde anunciou que, dentro dos próximos meses, a província vai beneficiar de um incremento na área dos Recursos Humanos para desafogar a agenda apertada dos vários profissionais.
Apesar do número reduzido de médicos, Manuel Varela considerou que o sector na província de Luanda tem estado a registar progressos, com a construção de hospitais, centros e postos de saúde com melhores condições tecnológicas, o que tem facilitado o atendimentos à população.
O director explicou que, desde o princípio da pandemia da Covid-19, um total de 1.037 profissionais de saúde foi infectado pela doença, sendo que 22 desses morreram, situação que prejudicou ainda mais o sector.
Na actividade de ontem, esses profissionais foram recordados. À entrada do Hospital Geral de Luanda depositou-se flores como símbolo de respeito a todos os que morreram vítimas da Covid-19.
Vacinação total
Quanto à prevenção da Covid-19, Manuel Varela assegurou que as estatísticas do sector indicam que todos os profissionais da Saúde de Luanda estão vacinados, o que os confere maior segurança no exercício da tarefa de salvas vidas.
No que toca à falta de medicamentos em algumas unidades de saúde, o director disse que é uma situação passageira, resultante da grande procura que os hospitais registam agora, embora haja a distribuição mensal regular da parte do Gabinete Provincial.
“Mas, além dessa quantidade dada pelo Gabinete Provincial, as unidades sanitárias também recebem orçamento, para que, sempre que possível, fazerem a aquisição directa dos medicamentos que estiverem a necessitar”, afirmou.
Ministério reconhece empenho
No Dia do Trabalhador da Saúde, uma homenagem ao médico e nacionalista Américo Boavida, que decorreu sob o lema “Trabalhadores da Saúde Comprometidos e Motivados Salvam Vidas”, o Ministério de tutela reconheceu o papel vital que esses profissionais desempenham para garantir um sistema de saúde funcional.
“Embora não devemos deixar de realçar os constrangimentos e desafios que enfrentam num ambiente de alta exposição ao risco, em que dia e noite dão o seu melhor para tratar de quem precisa, é notável a forma como se dedicam, com orgulho e empenho, para aliviar o sofrimento dos pacientes e manter o bem-estar de toda a população”, salienta a nota assinada pela ministra Sílvia Lutucuta.
Em função desse empenho, a ministra da Saúde manifesta o profundo respeito e reconhecimento e presta uma homenagem aos trabalhadores que perderam a vida e às famílias atingidas pela pandemia.
Apesar disso, Sílvia Lutucuta aponta que o processo de vacinação contra a Covid19 dá uma renovada confiança, para apoiar o esforço nacional que visa debelar a pandemia e iniciar-se uma recuperação social e económica sustentada.