Embate do título promete despique bastante renhido
Selecção da Nigéria é favorita à conquista do troféu continental e o Mali quer voltar ao lugar mais alto do pódio doze anos depois
Nigéria e Mali protagonizam hoje, às 18h00, no Palácio dos Desportos de Yaoundé, um duelo de gigantes na decisão do título da 27ª edição do Campeonato Africano das Nações sénior feminino, Afrobasket'2021, organizado pelos Camarões.
Frente-a-frente estarão as duas melhores selecções do campeonato, que entram na quadra com apenas um objectivo: erguer o troféu mais cobiçado do basquetebol no continente.
O desfecho deste jogo é imprevisível, apesar de a Nigéria ter alguma dose de favoritismo, por possuir no plantel atletas capazes de anular os pontos fortes de qualquer adversário. As duas selecções chegam à final após uma trajectória impecável, tendo suplantado todos os adversários, facto que revela o poderio das contendoras.
O Mali deixou pelo caminho, nas meias-finais, os Camarões, a quem bateu por 51-52, resultado apertado que espelha o equilíbrio. Aliás, o jogo foi decidido nos últimos segundos.
A Nigéria, por seu turno, foi mais forte e derrotou o Senegal, vice-campeão continental, por 73-63, no jogo mais esperado da prova. As senegalesas voltaram a falhar o lugar mais alto do pódio, depois do segundo lugar da edição passada, conquistado em casa.
A partida entre nigerianas e malianas é tida como de elevado grau de dificuldades para ambas as selecções. Se, por um lado, o técnico francês, Sylvia Lautie, quer conquistar o seu primeiro anel continental, por outro, Otis Hughley, técnico da Nigéria, vai à busca da revalidação.
Apesar de a Nigéria ter mais opções no banco, o treinador do Mali vai apostar nas suas melhores unidades para tentar derrotar as nigerianas. Moralizadas pelo percurso irrepreensível na prova, as jogadoras podem transcender-se e surpreender as favoritas D'tigress.
A Nigéria, actual campeã, sabe que o jogo é de capital importância, e se quiser voltar a erguer o troféu, terá de manter em alta os níveis de motivação, defender bem e cometer o menor número de erros. Em declarações ao Jornal
de Angola, o timoneiro maliano, Sylvain Lautie, garantiu que as suas jogadoras vão realizar o jogo da vida delas para conquistarem a prova. Para concretizar este objectivo o timoneiro garante ter estudado bem os jogos da Nigéria, pelo que aguarda por um bom duelo, em que as suas jogadoras terão de entrar compenetradas na vitória.
Otis Hughley, técnico da Nigéria, pode voltar a apostar na base Ezinn Kalu e na extremo Adaora Elonu, para dar qualidade ao jogo ofensivo e ter maior posse de bola, mas não será fácil, pois o Mali tem jogadoras com grande qualidade técnica individual, com argumentos mais do que suficientes para deitar por terra qualquer adversário.
O desfecho do duelo é uma incógnita, sendo difícil apontar um provável vencedor, dado o equilíbrio de forças. As duas selecções mediram forças no
play-off para o terceiro lugar do Afrobasket de 2011, em Bamako, e o Mali venceu a Nigéria, por 71-62, mas, nos dois últimos africanos de 2017 e 2019 foram as nigerianas a levarem a melhor. Como será hoje?
Antes, às 15h00, Camarões e Senegal medem forças para saber quem ocupa o último lugar do pódio, numa refrega em que o Senegal, embora jogue com as anfitriãs, é tida como a favorita, estatuto que as camaronesas querem, certamente, contrariar, antevendo-se uma partida de bom nível.