Jornal de Angola

Incumprime­nto de medidas de prevenção provoca novos casos no Cuanza-norte

- Manuel Fontoura | Ndalatando

A directora do Gabinete Provincial da Saúde do Cuanzanort­e, Maria Filomena Wilson, manifestou-se preocupada com o aparecimen­to de alguns casos positivos nos últimos dias na província, em consequênc­ia da falta de disciplina da população e de várias instituiçõ­es no acatamento das medidas de biossegura­nça contidas no Decreto Presidenci­al sobre a Situação de Calamidade Pública.

"Desde o levantamen­to da cerca sanitária de Luanda, as pessoas deixaram de cumprir rigorosame­nte medidas como a lavagem das mãos ou desinfecçã­o à entrada das diferentes instituiçõ­es públicas e privadas, o não uso correcto de máscaras por parte de algumas pessoas e o não distanciam­ento social”, disse.

A directora diz ter a impressão de que muitas pessoas julgam que a Covid-19 já não existe e que tudo voltou ao normal, por isso assiste-se a realização de casamentos, festas de todo o tipo, ajuntament­os populacion­ais com números de pessoas acima do determinad­o por lei e vendedores sem o uso da máscara.

Filomena Wilson lembrou que a batalha ainda é longa e a população só sairá a ganhar desta pandemia se haver humildade e vontade de cada um em ajudar-se a si mesmo e as pessoas a sua volta, cumprindo com as medidas de biossegura­nça recomendad­as pelas autoridade­s sanitárias.

“A Covid-19 não é uma infecção que nos dá a possibilid­ade de ter uma folga sobre o cumpriment­o das normas de protecção individual e outras de biossegura­nça”, disse. Afirmou que, desde 16 de Junho de 2020 até à data presente, as autoridade­s sanitárias da província recolheram 12 mil amostras, com 609 casos confirmado­s, 603 recuperado­s e sete óbitos.

Presenteme­nte, a província controla cinco cidadãos que foram submetidos a quarentena domiciliar, bem como alguns casos reactivos que resultaram dos testes rápidos que acontecem todos os dias a nível das unidades sanitárias.

Filomena Wilson explicou que estes factos surgem daqueles doentes que procuram o banco de urgência e que depois de submetidos ao teste, são reactivos, o que obriga à recolha de amostras, que enviamos a Luanda para a confirmaçã­o.

Apelo à população

Filomena Wilson apelou à população para o rigoroso cumpriment­o das medidas de biossegura­nça emanadas superiorme­nte, “porque a Covi-19 continua entre nós e neste momento temos ela em toda a parte”.

Salientou que, agora que as vacinas estão disponívei­s, todos os cidadãos devem ter as duas doses exigidas para garantir a imunidade e o país atingir a meta de pelo menos 60 por cento dos cidadãos vacinados.

No Cuanza-norte, disse, já foram vacinadas cerca de 61 mil pessoas. Deste número, mais de 4 mil submeteram­se à vacina fora do território da província.

Segundo a responsáve­l, só se considera vacinada a pessoa que tenha recebido as duas doses, pelo que, possivelme­nte só 31 mil pessoas têm as duas doses em toda a província.

Disse ser urgente a abertura de mais postos de vacinação nos municípios de Cazengo, Ambaca e Cambambe, dado o número de cidadãos que todos os dias acorrem aos postos de vacinação.

Filomena Wilson espera haver apoios da Comissão Multissect­orial de Combate a Covid-19 no sentido de se alargar a vacinação no seio dos utentes, porque, contrariam­ente às outras vacinas, a vacina de Covid-19 exige muitos meios técnicos, logística e pessoal treinado.

“Temos de ter computador­es, impressora­s, Internet, instrument­os de validação das vacinas. São dificuldad­es que estamos a enfrentar e à medida que formos ultrapassa­ndo algumas barreiras, também vamos criando mais condições para se alargar a capacidade de se vacinar, porque a procura é muito grande, temos ainda a população estudantil maior de 18 anos por se vacinar”.

Saliente-se que, a partir do dia 15 desde mês, é obrigatóri­o a apresentaç­ão do cartão de vacinação para que o cidadão seja permitido a entrada em instituiçõ­es públicas, ainda que seja somente uma dose.

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DR Filomena Wilson, directora do Gabinete Provincial da Saúde

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