Incumprimento de medidas de prevenção provoca novos casos no Cuanza-norte
A directora do Gabinete Provincial da Saúde do Cuanzanorte, Maria Filomena Wilson, manifestou-se preocupada com o aparecimento de alguns casos positivos nos últimos dias na província, em consequência da falta de disciplina da população e de várias instituições no acatamento das medidas de biossegurança contidas no Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública.
"Desde o levantamento da cerca sanitária de Luanda, as pessoas deixaram de cumprir rigorosamente medidas como a lavagem das mãos ou desinfecção à entrada das diferentes instituições públicas e privadas, o não uso correcto de máscaras por parte de algumas pessoas e o não distanciamento social”, disse.
A directora diz ter a impressão de que muitas pessoas julgam que a Covid-19 já não existe e que tudo voltou ao normal, por isso assiste-se a realização de casamentos, festas de todo o tipo, ajuntamentos populacionais com números de pessoas acima do determinado por lei e vendedores sem o uso da máscara.
Filomena Wilson lembrou que a batalha ainda é longa e a população só sairá a ganhar desta pandemia se haver humildade e vontade de cada um em ajudar-se a si mesmo e as pessoas a sua volta, cumprindo com as medidas de biossegurança recomendadas pelas autoridades sanitárias.
“A Covid-19 não é uma infecção que nos dá a possibilidade de ter uma folga sobre o cumprimento das normas de protecção individual e outras de biossegurança”, disse. Afirmou que, desde 16 de Junho de 2020 até à data presente, as autoridades sanitárias da província recolheram 12 mil amostras, com 609 casos confirmados, 603 recuperados e sete óbitos.
Presentemente, a província controla cinco cidadãos que foram submetidos a quarentena domiciliar, bem como alguns casos reactivos que resultaram dos testes rápidos que acontecem todos os dias a nível das unidades sanitárias.
Filomena Wilson explicou que estes factos surgem daqueles doentes que procuram o banco de urgência e que depois de submetidos ao teste, são reactivos, o que obriga à recolha de amostras, que enviamos a Luanda para a confirmação.
Apelo à população
Filomena Wilson apelou à população para o rigoroso cumprimento das medidas de biossegurança emanadas superiormente, “porque a Covi-19 continua entre nós e neste momento temos ela em toda a parte”.
Salientou que, agora que as vacinas estão disponíveis, todos os cidadãos devem ter as duas doses exigidas para garantir a imunidade e o país atingir a meta de pelo menos 60 por cento dos cidadãos vacinados.
No Cuanza-norte, disse, já foram vacinadas cerca de 61 mil pessoas. Deste número, mais de 4 mil submeteramse à vacina fora do território da província.
Segundo a responsável, só se considera vacinada a pessoa que tenha recebido as duas doses, pelo que, possivelmente só 31 mil pessoas têm as duas doses em toda a província.
Disse ser urgente a abertura de mais postos de vacinação nos municípios de Cazengo, Ambaca e Cambambe, dado o número de cidadãos que todos os dias acorrem aos postos de vacinação.
Filomena Wilson espera haver apoios da Comissão Multissectorial de Combate a Covid-19 no sentido de se alargar a vacinação no seio dos utentes, porque, contrariamente às outras vacinas, a vacina de Covid-19 exige muitos meios técnicos, logística e pessoal treinado.
“Temos de ter computadores, impressoras, Internet, instrumentos de validação das vacinas. São dificuldades que estamos a enfrentar e à medida que formos ultrapassando algumas barreiras, também vamos criando mais condições para se alargar a capacidade de se vacinar, porque a procura é muito grande, temos ainda a população estudantil maior de 18 anos por se vacinar”.
Saliente-se que, a partir do dia 15 desde mês, é obrigatório a apresentação do cartão de vacinação para que o cidadão seja permitido a entrada em instituições públicas, ainda que seja somente uma dose.