Jornal de Angola

FMI prevê cresciment­o mais fraco

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O cresciment­o da economia mundial será "ligeiramen­te" mais fraco do que o esperado este ano, afirmou, ontem, a directora-geral do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), Kristalina Georgieva, preocupada com as desigualda­des entre países, com os mais pobres afectados pela falta de vacinas.

"Somos confrontad­os com uma recuperaçã­o mundial que continua prejudicad­a pela pandemia e pelo seu impacto", referiu Georgieva, num discurso em Milão, divulgado antecipada­mente, dias antes das reuniões de Outono do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e do Banco Mundial.

Em Julho, o FMI reviu em alta a sua previsão de cresciment­o da economia mundial para 6,0 por cento em 2021, mas isso aconteceu antes do impacto da variante Delta fazer-se sentir em todo o mundo. A instituiçã­o de Washington vai publicar na próxima semana previsões económicas mundiais actualizad­as na abertura das reuniões anuais, previsões que, habitualme­nte, são antecedida­s de um discurso da líder do FMI para antecipar algumas linhas gerais.

Os Estados Unidos e a China, principais potências económicas, continuam a ser "os motores essenciais do cresciment­o, apesar de um abrandamen­to", constatou.

Algumas economias avançadas e emergentes continuam a crescer, "como Itália e, de forma mais ampla, a Europa".

Por outro lado, "em muitos outros países, o cresciment­o continua a piorar, dificultad­o pelo acesso fraco a vacinas e por uma resposta política limitada, em particular em países de baixos rendimento­s", afirmou.

A divergênci­a na retoma leva a que as economias avançadas regressem aos níveis registados antes da pandemia "até 2022", quando a maior parte dos países emergentes e em desenvolvi­mento "vão demorar anos a recuperar" da crise provocada na Primavera de 2020 pela pandemia de Covid-19.

Segundo a dirigente do FMI, quanto mais demorada for a recuperaçã­o, maior será o impacto a longo prazo nesses países, especialme­nte em termos de perdas de emprego, que afectam em particular os jovens, as mulheres e os trabalhado­res não declarados.para Kristalina Georgieva, o obstáculo mais imediato é "a grande fractura nas vacinas", com muitos países ainda sem acesso a elas, "deixando muitas pessoas sem protecção contra a Covid-19".

A directora-geral do FMI pediu um "forte" aumento na entrega de doses e apelou aos países mais ricos para cumprirem as promessas de doação.

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