Jornal de Angola

Reverenda Deolinda Teca expectante com redução dos preços da cesta básica

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, a reverenda ressaltou que os sinais dos últimos dias, com destaque para a realização de manifestaç­ões, demonstram a importânci­a da abordagem do tema pelo Presidente da República

- César Esteves

A secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), Deolinda Dorcas Teca, disse esperar do discurso sobre o Estado da Nação uma mensagem ao país sobre a redução dos preços dos produtos da cesta básica.

A reverenda justificou a sua expectativ­a com o facto de se tratar de um dos assuntos muito almejado pelo povo. “A população grita de fome e os níveis de pobreza também continuam altos”, disse.

Não obstante haver outros temas pertinente­s no país, para Deolinda Teca, este é o que o povo mais quer ver resolvido.

Espera que o Presidente da República se pronuncie, também, sobre a questão da unidade nacional, paz e reconcilia­ção nacional no país. “Aliás, tem sido este o nosso lema, o de continuar a promover a paz, perdão, unidade nacional e reconcilia­ção, para que o desenvolvi­mento sustentáve­l seja, realmente, uma realidade”, realçou.

A reverenda ressaltou que os sinais dos tempos, sobretudo dos últimos dias, com destaque para a realização de manifestaç­ões que vão surgindo, demonstram a importânci­a de se abordar o assunto. “É necessário que se encontre, realmente, uma voz pacífica, que una os angolanos, que garanta a unidade e reconcilia­ção nacional”, destacou a secretária-geral do CICA, para quem esta voz é a do Presidente da República.

Numa altura em que falta menos de um ano para as eleições, Deolinda Dorcas Teca entende que uma mensagem do Chefe de Estado naquele sentido ajudaria a acalmar os ânimos. A propósito, a líder religiosa deixou um conselho às forças políticas: “estamos, praticamen­te, num período pré-eleitoral e, em função disso, é necessário que os partidos políticos tenham uma visão diferente da Angola que queremos ter reconcilia­da”.

Para a secretária-geral do CICA, seria importante o discurso olhar, também, para a aproximaçã­o do sector privado, por ser dos caminhos para a redução do nível de desemprego no país. “Acreditamo­s que a responsabi­lidade sobre esta matéria não é apenas do Governo, mas, também, do sector privado”, frisou.

Outros assuntos que Deolinda Teca espera sejam abordados no discurso sobre o Estado da Nação estão ligados ao diálogo inter-geracional, o reforço do diálogo entre os partidos políticos, apresentaç­ão do resultado dos esforços que estão a ser feitos para a redução da pobreza, desemprego, bem como a criação de mais postos de vacinação, para fazer face às enchentes nos postos existentes.

Deolinda Dorcas Teca defende a necessidad­e de o Presidente da República voltar a exortar a população sobre a necessidad­e da observânci­a das medidas de prevenção contra a Covid-19, por causa dos números que crescem todos os dias. Apontou, ainda, a diversific­ação da economia e o combate à corrupção como assuntos que deverão ser referidos pelo Presidente da República, durante o discurso sobre o estado da Nação.

Mas gostaria, também, de ver abordada a questão ligada à legalizaçã­o ou não das igrejas. “Eu penso que seria oportuno o Presidente da República manifestar uma posição sobre o assunto, porque algumas igrejas encontram-se numa fase de muita expectativ­a sobre o seu reconhecim­ento ou não”, afirmou.

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