Líder da AEA espera por um discurso transversal
Tal como nos discursos anteriores, o secretário-geral da Aliança Evangélica de Angola (AEA), reverendo António Mussaqui, prevê uma mensagem transversal sobre o Estado da Nação a ser apresentado hoje, embora com algumas particularidades, tendo em conta que este é o último da actual Legislatura.
De acordo com o líder religioso, pelo facto de se estar a entrar, agora, para o ano de eleições, o Presidente não vai deixar de se debruçar acerca delas, passando directrizes para toda a sociedade e o processo do registo eleitoral, actualização dos dados eleitorais, que já começou, permitindo que os cidadãos estejam habilitados a participarem nas eleições gerais de 2022.
António Mussaqui disse acreditar que o Chefe de Estado vai continuar a dar resposta à temática das autarquias, que disse continuar a ser um assunto de debate a vários níveis. A questão da fome, acrescentou, também deve ser abordada. “As populações do país continuam a debater-se com uma situação alimentar difícil, porque os preços dos produtos da cesta básica estão altíssimos”, sublinhou, prevendo que João Lourenço vai aproveitar a oportunidade para trazer ao país “uma mensagem de esperança sobre este assunto”.
Acórdão sobre a UNITA
O secretário-geral da AEA prevê, igualmente, que João Lourenço, na qualidade de Chefe de Estado, faça algumas considerações sobre oacórdãodotribunalconstitucional que anulou o último congresso da UNITA e, consequentemente, a eleição de Adalberto Costa Júnior para o cargo de presidente daquele partido.
António Mussaqui justificou a sua previsão por se tratar de “um tema extremamente importante, sobre o qual o povo espera uma palavra” do mais
alto mandatário do país. O reverendo acredita que as palavras do Presidente João Lourenço poderão tranquilizar a população e “ajudar que as eleições do próximo ano sejam pacíficas e que se traduzam numa celebração do povo, independentemente de quem vier a ganhar”.
Tal como Deolinda Teca, António Mussaqui também está expectante quanto a um eventual pronunciamento do Chefe de Estado sobre a legalização de algumas igrejas. Disse estar a decorrer um processo sobre 16 confissões religiosas que foram credenciadaspeloinstitutonacional para os Assuntos Religiosos e o prazo termina no dia 28 de Outubro.
“Foram solicitadas 60 mil assinaturas e um outro conjunto de documentos para que depois sejam avaliadas e se determine se estão em condições de serem reconhecidas todas ou algumas”, referiu o reverendo, para quem muitas dessas igrejas já existem há mais de 35 anos.