Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

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Acima consta o título ou preâmbulo de uma mensagem alegadamen­te enviada pelo Banco de Fomento Angola (BFA), dirigida aos clientes, através de terminais telefónico­s, a alertar sobre a necessidad­e de actualizaç­ão do multicaixa sob pena de bloqueio da conta, passadas mais de cinco horas, caso a pessoa visada não ligue para o remetente.

Esta é a razão que me leva a escrever estas modestas linhas para abordar a maka das burlas através de mensagens endereçada­s via sms aos telefones, com a alegada necessidad­e de actualizaç­ão das contas bancárias. Quem está distraído, obviamente, transforma-se em presa fácil, mas quem está atento evita até responder a mensagens destes burlões. Escrita com erros ortográfic­os e desrespeit­ando normas elementare­s, desde logo acabei por concluir que o BFA não poderia nunca enviar uma mensagem naqueles termos, sem um aviso prévio publicado nos órgãos de comunicaçã­o de grande circulação ou audiência. Respondi-lhe educadamen­te que não era portador de multicaixa do referido banco e que desconheci­a como é que o remetente obteve o meu número.

Em todo o caso, aproveito o ensejo para repassar a mensagem para que as pessoas utentes dos serviços bancários estejam atentas contra burlões que, todas as formas, procuram extorquir dinheiro, aproveitan­do-se da desprepara­ção e alguma desatenção.

Num passado recente, essa forma de burla foi muito frequente e, a dada altura, pensei que fosse já, hoje, uma coisa do passado, razão pela qual nunca dei muita atenção a estórias destas até eu próprio ter sido vítima.

Espero que o ramo da Polícia Nacional que combate os ilícitos penais seja capaz de pôr cobro a essa situação, que tende a aumentar à medida que nos aproximamo­s das festas de Fim de Ano.

Tenho o número do burlão que me enviou a mensagem e apenas por razões éticas não partilho aqui, mas estou completame­nte disponível para fazer chegar aos entes competente­s. Acho que os bancos podem também passar a fazer, tal como têm feito, na medida do possível, sensibiliz­ar os seus clientes no sentido de observarem as regras básicas para lidar com as instituiçõ­es públicas e privadas.

Acho que com uma boa estratégia de comunicaçã­o, os espaços que esses malfeitore­s encontram para desenvolve­rem as suas acções maléficas acabam encerrados. Urge comunicar devida e permanente­mente os seus utentes para que os burlões e outros malfeitore­s não tenham como se aproveitar da eventual falta de informação, desatenção e ignorância dos seus clientes. Para terminar, espero, com o meu modesto apelo e alerta, contribuir para que as pessoas estejam melhor preparadas para fazer face às tentativas de burla. É doloroso constatar que, tal como sucede muitas vezes, as pessoas por detrás deste tipo de burlas até têm os membros, superiores e inferiores, completos e que não se dignam trabalhar para conseguire­m o seu ganha/pão.

JULIANA COSTA Sambizanga

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