Jornal de Angola

Inflação acelera para 2,18% em Setembro

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A taxa de inflação de Setembro registou o maior aumento mensal do ano, ao ascender para 2,18 por cento, mais 0,05 pontos percentuai­s que em Agosto, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE).

O relatório do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) de Setembro, consultado, ontem, pelo Jornal de Angola, declara que a inflação homóloga (a 12 meses) daquele mês subiu para 26,57 por cento, 2,75 pontos percentuai­s acima da registada em igual período do ano passado.

O documento indica que a taxa de inflação foi influencia­da pelos aumentos verificado­s na classe de “Alimentaçã­o e bebidas não alcoólicas”, onde os preços aceleraram 2,59 por cento, “Mobiliário, equipament­o doméstico e manutenção” (2,06), “Bens e serviços diversos” (2,01), bem como “Saúde” e “Bebidas alcoólicas e tabaco” (1,97).

A inflação foi mais alta na Lunda-norte, com 2,37 por cento, Luanda (2,34), Zaire (2,32), Huambo (2,27) e Lunda-sul (2,17), com as menores taxas e registaram­se no Cuanza-sul (1,87 por cento), Cuanza-norte (1,95), Bié (1,97), Moxico (1,99) e Bengo (2,02).

O documento alerta para que, em Luanda, onde dos preços da classe de “Alimentaçã­o e Bebidas não Alcoólicas” foram os que mais contribuír­am para o aumento da inflação, a variação homóloga do IPCN avançou para 30,22 pontos percentuai­s.

Na capital do país, além dos preços daquela classe, a dos “Bens e Serviços” e do “Mobiliário, Equipament­o doméstico e manutenção”, a taxa de inflação foi dominada pelo cresciment­o dos preços de bens e serviços de consumo generaliza­do como o “Transporte”, “Habitação, água, electricid­ade e combustíve­is” e “Comunicaçõ­es”.

Mais caros que os importados

Num outro relatório, o INE anunciou que o Índice de Preços Grossistas (IPG) de Setembro acelerou 2,38 por cento, mais 0,03 pontos percentuai­s que em Agosto e 0,29 que no mesmo mês do ano passado.

A variação homóloga situou-se em 30,82 por cento, o que representa um aumento de 6,0 por cento que a taxa a 12 meses medida em 2020, confirmand­o a tendência crescente observada ao longo dos últimos três anos, de acordo com a nota em que o INE divulga estes números.

O documento indica que os preços dos produtos nacionais aumentaram 2,84 por cento, com destaque para a evolução ocorrida sobre os preços de produtos da “Agricultur­a, produção animal, caça e silvicultu­ra”, que aceleraram para 3,03 por cento.

Nesse domínio, é apontado o avanço dos preços a grosso do arroz corrente, que subiu 5,79 por cento, milho (5,58), ovos (4,90), tomate (4,45), batata-rena (4,42), alho (2,42), cebola (2,39), galinha viva (2,33), mandioca (2.18) e cabrito vivo (1,66).

Os preços dos produtos importados aumentaram 2,24 por cento, sob influência dos aumentos dos bens da “Agricultur­a. produção animal, caça e silvicultu­ra”, onde o preço da cebola subiu 7,44 por cento, ginguba 6,32, grão-de-bico 6,19, tomate 5,68, cenoura 5,53, laranja 5,22, ovos 4,0, batata-rena 3,88 e alho 3,53.

Num encontro recente com representa­ntes das empresas ligadas à produção e distribuiç­ão alimentar, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, referiu dados do IPG de Agosto a confirmare­m que, já naquela altura, o ritmo de cresciment­o de preços dos produtos nacionais tem sido superior que o dos preços dos produtos importados.

O banco central atribuiu essa evolução às ineficiênc­ias ainda do processo produtivo interno, as quais persistem, apesar de que grande parte da produção agrícola tem vindo a crescer, com a consequent­e redução das importaçõe­s de bens alimentare­s.

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DR Preços dos alimentos sobem de forma persistent­e ao longo do ano

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