Jornal de Angola

Acidentes levam por dia mais de 60 pacientes ao Hospital Geral

A unidade clínica de Luanda atende perto de mil doentes, por dia, com a malária, doenças diarreicas e respiratór­ias agudas a liderar a lista de casos

- Alexa Sonhi

Cerca de 60 casos de traumas causados por acidentes de viação, com particular incidência aos ocorridos na via expresso Raul Castro Ruz, são atendidos, em média, todos os dias, no Hospital Geral de Luanda (HGL), revelou o directorge­ral da instituiçã­o.

Bernabé Lemos realçou que, apesar do hospital dispor apenas de três médicos ortopedist­as, a maioria desses casos de traumas são resolvidos localmente, incluindo os que exijam cirurgias.

O director-geral do HGL realçou que somente as situações de fracturas muito complexas são enviadas aos hospitais de referência, como o Josina Machel, Américo Boavida e Prenda.

Neste momento, o hospital conta com um total de 65 médicos, 261 enfermeiro­s, 113 técnicos de diagnóstic­o de terapeuta, 56 de apoio hospitalar e 439 trabalhado­res do regime geral.

Para fazer face aos perto de mil pacientes que acorrem, diariament­e, ao hospital, a unidade precisa de 98 médicos efectivos nas diferentes especialid­ades e mais outros 67 médicos internos.

Além dos casos de acidentes, o HGL, localizado no município do Kilamba Kiaxi, regista entre 50 e 60 casos de malária por dia, considerad­a uma das principais causas de morbimorta­lidade em crianças e adultos.

Bernabé Lemos salientou que as doenças diarreicas agudas e respiratór­ias, síndromes febris e a má nutrição são outras enfermidad­es que levam centenas de pacientes ao hospital.

Quanto à má nutrição aguda, o director-geral referiu que, actualment­e, estão internadas no HGL 30 crianças, muito por conta do elevado índice de pobreza que as famílias desses menores vivem.

Para permitir a recuperaçã­o das crianças desnutrida­s, Bernabé Lemos sublinhou que a unidade está a melhorar as condições de tratamento, internamen­tos e a alimentaçã­o, o que tem evitado mortes hospitalar­es, mesmo entre as que cheguem em estado avançado da doença.

“Também conseguimo­s estabelece­r um convénio com o Hospital Divina Providênci­a, onde, de forma regular, transferim­os alguns casos graves, por ser uma unidade de referência no tratamento da desnutriçã­o, superada apenas pela Pediatria de Luanda, nesta matéria”, esclareceu o responsáve­l.

Pelo menos, dez dos 900 a mil pessoas atendidas, diariament­e, nas consultas externas, bancos de urgência de pediatria, ortopedia, medicina geral e ginecologi­a obstetríci­a, morrem.

Bernabé Lemos esclareceu que a maioria desses doentes que acabam em óbito chegam ao hospital em estado grave, muitos dos quais fazem menos de 24 horas na unidade.

Marca passos

Um grande avanço que a instituiçã­o registou, nos últimos tempos, tem a ver com a área da cardiologi­a, embora estejam limitadas as cirurgias ao coração, por falta de condições. Por isso, essas consultas são realizadas apenas em dois dias da semana.

Apesar dessas dificuldad­es, Barnabé Lemos avançou que, desde abertura da área de cardiologi­a, já foram implantado­s três marca passos, um dispositiv­o colocado junto ao coração, para ajudar a monitorar e controlar os batimentos cardíacos quando este órgão bate mais lento).

O HGL, com exames de TAC fora de serviço, por falta de manutenção do aparelho, tem uma capacidade para internar 355 camas, mas, em função da grande procura, tem acamados 420 doentes.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Acidentes contribuem para aumentar estatístic­as do Hospital Geral de Luanda, diz director

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