Covid-19 provocou aumento da pobreza e do desemprego
da República salienntou, ontem, em Luanda, que a Covid-19 contribuiu para o aumento da pobreza e do desemprego em Angola.
Ao apresentar, no Parlamento, o “estado da Nação”, na abertura do no ano legislativo, João Lourenço disse ter “perfeita consciência” de que, como resultado da pandemia da Covid-19, a pobreza aumentou no nosso país, muitas empresas encerraram a sua actividade, o desemprego aumentou e muitas famílias reduziram, ou até mesmo ficaram sem
O Presidente
rendimentos. “Reduzir a incidência da taxa da pobreza é uma das principais metas do Executivo”, garantiu acrescentando que, neste sentido, está a trabalhar em diversas frentes. No domínio do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, revelou que, de Outubro de 2020 a Agosto do ano em curso, foram integradas em actividades geradoras de rendimento 43.407 cidadãos, dos quais 1.082 são ex-militares.
Para mitigar a situação de vulnerabilidade que muitas famílias enfrentam, sobretudo devido à pandemia da Covid19, nos últimos 12 meses, foram assistidas, com cestas básicas de bens e alimentos, 41.445 famílias.
Seca no Sul do país
Além da pandemia da Covid19, as calamidades naturais que assolaram o país agravaram o nível de vulnerabilidade das populações, com destaque para o fenómeno da seca na região Sul do país, com maior incidência nas províncias do Cunene, Namibe, Huíla e Cuando Cubango.
“Acudimos, de maneira emergencial, à situação da seca no Sul de Angola, com um apoio em bens alimentares de cerca de 2.120 toneladas que beneficiaram mais de 778.867 famílias”, disse.
O Presidente assinalou e “agradeceu, profundamente, 5os movimentos de solidariedade das igrejas, empresas, organizações sem fins lucrativos, famílias e pessoas singulares que se compadeceram com o sofrimento das populações daquelas províncias, doando bens diversos às famílias afectadas por este flagelo”.
João Lourenço referiu-se, igualmente, ao programa de transferências directas de rendimentos, que “são hoje reconhecidos como uma forma eficaz de reduzir os níveis de pobreza e apoiar os segmentos mais vulneráveis da sociedade”. Por isso, considerou que o Kwenda, como também é conhecido aquele programa, constitui um reforço muito importante das acções do Executivo no combate à pobreza.
A execução do Kwenda permitiu, até agora, o registo de 414.285 agregados familiares do total de 1.608.000 famílias, que são atendidas com a atribuição de uma renda trimestral de 25.500 kwanzas. “Estamos em crer que a execução, com sucesso, deste programa, permitirá reduzir os níveis de pobreza actualmente prevalecentes no país, sobretudo no meio rural e constituir um factor para a dinamização da vida económica naquele meio”, disse.
O PIIM
Outro programa que, segundo o Presidente, contribuirá para a melhoria das condições de vida das populações em todo o país é o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). Este plano, disse, tem permitido o aumento gradual e sistemático da capacidade institucional, técnica e humana dos órgãos que intervêm na sua execução, bem como o reforço dos mecanismos de acompanhamento e monitorização dos projectos que o mesmo integra.
O PIIM conta com 1.826 projectos que reúnem todas as condições precedentes e estão prontos a ser executados. Destes, 1.759 já estão em execução, com um valor global liquidado de 250 mil milhões de kwanzas.
João Lourenço saudou as administrações municipais e os governos provinciais pelos “êxitos que este importante programa tem alcançado, num exercício que é o primeiro no âmbito da administração pública do nosso país”.