O país não parou
O discurso do Presidente da República, sobre o Estado da Nação, proferido ontem na Assembleia Nacional, foi transversal a todas as áreas e, tal como se esperava, o Mais Alto Magistrado da Nação fez uma autêntica radiografia a todas esferas. Da Saúde à Educação, passando pela Segurança Pública e a componente económica, financeira e monetária até chegar à diplomacia, na sub-região e no mundo, João Lourenço, podemos assim dizer, foi à Assembleia Nacional dizer o que povo precisava de ouvir.
Precedido pelo presidente da Assembleia Nacional, o anfitrião que endereçou palavras de boas-vindas ao Chefe de Estado ao hemiciclo, ficou claro da intervenção de Fernando Dias dos Santos que a Covid-19 constituiu e ainda constitui dos principais desafios do país.
Na Vª Sessão Legislativa da IVª Legislatura da Assembleia Nacional, que marcou igualmente a abertura do Novo e último Ano Parlamentar desta legislatura, o primus inter pares da Casa das Leis chamou oportunamente a pandemia como a “grande batalha”, tendo apelado a unidade entre os angolanos.
“Tem sido nos anos de maior dificuldade em que nos devemos unir para vencermos o inimigo comum”, adiantou o número um do Parlamento, tendo avançado que o mais importante envolve o bem-estar e a segurança da população.
O presidente da Assembleia Nacional assegurou que, neste último ano legislativo, que vai levar às eleições de Agosto de 2022, os parlamentares vão continuar “a dar tratamento aos diplomas que forem apresentados”, entre os prioritários, nomeadamente a Conta Geral do Estado, 2020 e outros relacionados com as autarquias, com a reforma do Estado.
Obviamente que foi a intervenção do Presidente da República que mais expectativa gerava em função dos assuntos por abordar e as explicações a serem dadas em função das políticas públicas materializadas. Em suma, por causa do que o povo esperava ouvir do Mais Alto Magistrado da Nação.
O Chefe de Estado explicou que os objectivos do Executivo continuam ser a satisfação das necessidades dos angolanos e que entre as prioridades constam a reforma das instituições do Estado, a promoção da democracia em Angola e a luta contra a impunidade.
João Lourenço revelou que existem na Procuradoria-geral da República (PGR) 700 processos que envolvem crimes de natureza económica e financeira, com pessoas já condenadas em primeira instância.
Tratam-se de actos sem precedentes nos últimos tempos, que reforçam o que o Chefe de Estado sempre defendeu, nomeadamente que a impunidade seria implacavelmente combatida. Persistência e consistência são dois ingredientes que João Lourenço avançou como estando por detrás de todas as iniciativas que visam livrar o país de práticas que muito lesaram Angola.
Foi bom ouvir o Chefe de Estado dizer que, apesar da Covid-19, a diplomacia activa de Angola não parou em África e no mundo. O país não parou, de facto e o Estado da Nação continua positivo.