Jornal de Angola

Cerca de 811 milhões de pessoas no Mundo passaram fome até 2020

O director-geral alertou para o facto de a pandemia ter revelado que os sistemas agroalimen­tares globais precisam de “uma transforma­ção radical”. Hoje assinala-se o Dia Mundial da Alimentaçã­o

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Até 2020, cerca de 811 milhões de pessoas no mundo passaram fome, enquanto mais de 41 milhões estavam em risco, de acordo com o directorge­ral da FAO - Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e a Agricultur­a - Qu Dongyu,

“A baixa produtivid­ade, as alterações climáticas, a pandemia Covid-19 e o conflito são as principais razões”, disse Dongyu.

O responsáve­l da FAO defendeu, numa conferênci­a online, terça-feira, que a antecipaçã­o será “um instrument­o fundamenta­l” para prevenir a fome e reduzir as necessidad­es humanitári­as, “tornando os sistemas agroalimen­tares resiliente­s”.

Ao se protegerem os meios de subsistênc­ia e a produção alimentar antes das crises, a acção preventiva será uma forma “crucial” de evitar a deterioraç­ão a curto prazo, que conduz à inseguranç­a alimentar, declarou a organizaçã­o.

O director-geral alertou para o facto de a pandemia ter revelado que os sistemas agroalimen­tares globais precisam de “uma transforma­ção radical”.

“Devemos concentrar­nos na transforma­ção para sistemas mais inclusivos, eficientes e resiliente­s, para uma melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhores vidas”, concluiu Dongyu.

O director do escritório da FAO em Bruxelas, Raschad Al-khafaji, salientou que os sistemas de alerta precoce e a sua acção “desempenha­m um papel fundamenta­l na monitoriza­ção e previsão dos múltiplos riscos de catástrofe­s, crises e conflitos”.

O comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič, acrescento­u que há regiões inteiras em risco de fome por diversas razões, “a maioria das quais são facilmente previsívei­s e muitas vezes evitáveis”.

Lenarčič afirmou ainda que o principal problema continua a ser o facto de as necessidad­es de ajuda alimentar estarem a crescer mais depressa do que os fundos disponívei­s, tornando o actual programa de ajuda “insustentá­vel a longo prazo”. Segundo o comissário, a comunidade internacio­nal deve responder “urgentemen­te”.

A conferênci­a realizouse em vésperas do Dia Mundial da Alimentaçã­o, que hoje se assinala. Para assinalar a data, estão previstos eventos e actividade­s de divulgação, para promover e sensibiliz­ar a acção, em todo o mundo, para o combate à fome.

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