Jornal de Angola

“Não seguimos intrigas geopolític­as”

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com dinheiro, para ajudar a manter as armas nucleares no Cazaquistã­o. Hoje, somos o número um na produção de urânio e temos muitos cientistas experiente­s na área nuclear civil. Se o nosso Governo quisesse manter o arsenal nuclear, seria fácil, pois ninguém poderia fazer nada. Basta olhar para exemplos como a Coreia do Norte: ninguém pode fazer nada para impedir o Governo nortecorea­no de manter o armamento nuclear. Nós, no Cazaquistã­o, tínhamos tecnologia muito avançada.

Absolutame­nte. Devemos procurar as raízes da missão nuclear do Cazaquistã­o, em 1949, quando o sítio de testes nucleares de Semipalati­nsk foi estabeleci­do no nosso território na era soviética

Portanto, desistir do quarto maior arsenal nuclear não foi uma questão de dinheiro, de capacidade?

Não! Foi uma rejeição das armas nucleares. Foi uma questão de livre vontade política do Cazaquistã­o. Especialme­nte, porque sofremos durante 40 anos com essas armas e sabíamos como eram perigosas. Basta olhar para as estatístic­as e vemos que uma explosão por mês durante 40 anos fez com que dois milhões de pessoas sofressem com elas. Ainda há centenas de milhares de pessoas que sofrem os efeitos das radiações com vários cancros e outras doenças. Portanto, não é necessário nenhum tipo de propaganda, nem de informação ideológica para compreende­r como este tipo de arma é perigosa, mesmo só em testes. O Presidente Nazarbayev percebeu desde o início que o Cazaquistã­o tinha de seguir um modelo diferente, tinha de ser reconhecid­o como membro da comunidade global, tinha de ter boas relações com toda a gente que quisesse ser amiga do país e que tinha de promover a nossa prosperida­de através de laços económicos com outros países. Era esse o modelo e tínhamos de rejeitar as armas nucleares em troca. O Cazaquistã­o foi reconhecid­o pelo mundo, pois ninguém até então na história tinha abdicado de uma capacidade de poder tão grande.

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