Queixas da Renamo
A Renamo, principal partido da oposição, queixou-se, quinta-feira, de atrasos nos pagamentos a guerrilheiros reintegrados na sociedade, que a União Europeia (UE), um dos financiadores, diz estarem a ser feitos. Segundo a Lusa, o pronunciamento da Renamo foi feito em Gôndola, centro do país, no lançamento do programa de pacificação Delpaz–desenvolvimento Local para a Consolidação da Paz em Moçambique.
Após entregarem as armas, os guerrilheiros recebem um subsídio durante um período de alguns meses e depois são fixadas pensões, mas ambas as componentes estão atrasadas, referiu, sem detalhes. A ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, respondeu, reconhecendo que há “muitas dificuldades”.
“Contamos com o apoio dos parceiros”, mas estes também “estão a enfrentar problemas devido à Covid-19”, o que prejudica a velocidade dos desembolsos, referiu. António Gaspar, embaixador da UE em Moçambique, em resposta aos jornalistas no final da cerimónia, disse poder haver “obstáculos aqui e ali”, mas referiu que os subsídios aos guerrilheiros da Renamo “estão a ser pagos”.
O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) é financiado pela comunidade internacional através de um fundo multidoadores, gerido pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projectos (UNOPS, sigla inglesa) e dirigido politicamente pelo Secretariado da Paz, com um enviado especial do Secretário-geral das Nações Unidas e um grupo de contacto de que a União Europeia (UE) faz parte.
Em Junho, o fundo dispunha de cerca de 20 milhões de euros de recursos, “dos quais foi gasta uma parte”, mas com “um remanescente muito importante” e “contribuições” a entrar, explicou na altura António Gaspar à Lusa. Cerca de metade dos 5.200 guerrilheiros da Renamo já aderiram ao processo de DDR.