Jornal de Angola

O diálogo permanente

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Na abertura da II Bienal de Luanda 2021- Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz, o Presidente da República, João Lourenço, entre as várias particular­idades relevantes do discurso que proferiu, deixou claramente a ideia da necessidad­e do diálogo permanente entre os africanos e a busca de fórmulas ajustadas aos nossos problemas.

“Temos de encontrar as fórmulas que nos levem a sair mais rapidament­e da situação de incerteza e instabilid­ade com que nos deparamos”, disse o Mais Alto Magistrado da Nação, na presença de representa­ntes da comunidade artística, académica e científica angolana, bem como de distintas personalid­ades africanas e internacio­nais.

A paz e a estabilida­de, mais do que resultarem do calar das armas, enquanto pressupost­o inicial e vital para a efectivaçã­o dos seus efeitos, precisam de ser também cultivados como activos intrinseca­mente ligados à convivênci­a diária entre as pessoas no continente africano.

Os povos que interpreta­m correctame­nte a necessidad­e de se promover a cultura da paz fortalecem mais rapidament­e os mecanismos que afugentam as tensões, os conflitos e o recurso a meios violentos para a resolução de problemas.

Numerosos países africanos, entre eles Angola, independen­temente dos desafios que ainda enfrentam, já fazem do diálogo, da concertaçã­o e da busca permanente de consensos uma prática regular para a continuida­de e viabilidad­e do Estado.

A cultura de paz em Angola é já uma realidade, independen­temente dos desafios que ainda impendem sobre o Estado, sociedade e famílias angolanas, sobretudo à medida que se privilegia o diálogo, a concertaçã­o e a maximizaçã­o dos valores que unem os angolanos.

“É com este espírito, resultante das conquistas políticas em prol da unidade nacional, que queremos continuar a consolidar a paz e a reconcilia­ção nacional e avançar para o progresso económico e o bem-estar”, avançou o Chefe de Estado, numa apresentaç­ão do quadro interno, mas que modestamen­te pode servir também para outras realidades africanas.

Sobre os desafios em todo o continente, quando se trata da busca da paz e estabilida­de, o Presidente da República não deixou de avançar procedimen­tos e modalidade­s através dos quais se pode fazer um diagnóstic­o exaustivo dos problemas para uma melhor escolha dos antídotos.

Disse o também presidente em exercício da Conferênci­a Internacio­nal sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) que “importa sabermos identifica­r as causas reais das nossas dificuldad­es, os caminhos a trilhar e os parceiros, verdadeira­mente interessad­os em apoiar o desenvolvi­mento de África”.

Não há dúvidas de que apenas com uma identifica­ção clara dos problemas e dos parceiros comprometi­dos realmente com África e com os africanos é que saberemos que remédios adoptar para superarmos as nossas dificuldad­es. E apenas alcançarem­os bons resultados caso recorramos permanente­mente ao diálogo, enquanto ferramenta primeira para resolver problemas.

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