Jornal de Angola

Mercenário­s russos mortos por rebeldes

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Quatro mercenário­s russos do grupo Wagner morreram em combates com os rebeldes do Movimento 3R a 18 de Novembro, em Pare, República Centro-africana (RCA), revelou, ontem, a CNN.

O grupo armado 3R integra a Coligação dos Patriotas para a Mudança (CPC), que motivou o colapso dos acordos de paz assinados em 2019, e actua principalm­ente em regiões do Oeste do país.

Segundo fonte do Serviço Militar de Informaçõe­s, citada pela CNN, "à entrada da localidade, os rebeldes do 3R abriram fogo sobre os elementos da Wagner tendo desencadea­do um combate violento".

Três mercenário­s russos morreram no local e um ferido grave foi evacuado para Baboua, onde viria a falecer devido à gravidade dos ferimentos. Nos confrontos morreram, ainda, um guerrilhei­ro do 3R e um elemento da milícia cristã anti-balaka.

A RCA está a ferro e fogo há oito anos. Os confrontos aumentaram em número e em intensidad­e (incluindo com o recurso a minas) nos últimos dois anos, designadam­ente nas regiões mineiras do país.em Nova Iorque, o Conselho de Segurança da ONU modificou em 2018 o mandato da MINUSCA, força multinacio­nal de paz integrada na Missão das Nações Unidas para a estabiliza­ção da República Centro-africana.

O parágrafo sobre a “exploração ilícita e o tráfico de recursos naturais” da resolução votada em 2017 pelo Conselho de Segurança da ONU desaparece­u, entretanto, da que foi adoptada a 13 de Dezembro de 2018.

Dali em diante, a MINUSCA deixou de ter legitimida­de ou competênci­a para atacar as redes de traficante­s e impedir o roubo dos diamantes, ouro, urânio e de todos os outros recursos naturais do país.

Os mercenário­s russos do grupo Wagner têm sido acusados de crimes de guerra, violações e saque das riquezas do país.

"A investigaç­ão de Junho de 2021, realizada pela CNN revelou que mercenário­s russos tinham executado civis e expulso populações locais nas zonas de exploração mineira", refere o Parlamento Europeu na resolução 2021/2982 (RSP) adoptada no dia 25 de Novembro, sobre as "violações dos Direitos do Homem cometidas por empresas militares e de segurança privadas, em particular o grupo Wagner."

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