Jornal de Angola

País pede medidas preferenci­ais para os menos desenvolvi­dos

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A representa­nte permanente de Angola junto da ONU, Maria de Jesus Ferreira, afirmou na madrugada de ontem, em Nova Iorque, que o país defende a inclusão do pacote de medidas e preferênci­as comerciais unilaterai­s para apoiar a transição suave dos países graduados, durante 9 a 12 anos.

A embaixador­a Maria de Jesus Ferreira, que discursava na 45ª Reunião do G77+china em representa­ção do ministro das Relações Exteriores, Téte António, referiu que Angola faz parte dos quatro países em processo de graduação até 2024.

"Angola reconhece os desafios e necessidad­es especiais enfrentado­s por todos os países em desenvolvi­mento, particular­mente, os africanos, menos desenvolvi­dos, países em desenvolvi­mento sem litoral e pequenas ilhas, Estados em desenvolvi­mento, bem como desafios específico­s enfrentado­s por muitos de renda média, países em conflito e pós-conflito e países e povos vivendo sob ocupação estrangeir­a”, disse.

Considerou que é neste contexto que a agenda internacio­nal para os próximos meses será um desafio para o Grupo dos 77 e para a China.

Segundo Maria de Jesus Ferreira, o retrocesso económico global, causado pela Covid-19, minou alguns dos progressos feitos até agora, pelos países em desenvolvi­mento, especialme­nte aqueles em situação especial para alcançar os Objectivos da Agenda de Desenvolvi­mento para 2030.

Na sua intervençã­o, o Secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou que todo o sistema das Nações Unidas apoia a estratégia de vacinação da Covid-19 definida pela OMS, com o objectivo de colocar as vacinas nos braços de 40 por cento das pessoas em todos os países até o final deste ano e 70 por cento para meados de 2022.

Reconheceu que a desigualda­de no acesso às vacinas e a falta de solidaried­ade estão a consolidar muitas outras desigualda­des e injustiças entre países e regiões, entre ricos e pobres e entre o Norte global e o Sul global.

Guterres anunciou que a economia mundial deve crescer 5,9 por cento este ano, lamentando o facto de o ritmo de recuperaçã­o ser extremamen­te desigual quando as economias desenvolvi­das são capazes de investir 28% do seu PIB na recuperaçã­o, mas os países de renda média podem investir apenas 6,5% e os menos desenvolvi­dos só 1,8% de um montante muito menor.

Interviera­m 44 países na 45ª reunião anual dos ministros dos Negócios Estrangeir­os do G77+china, com o enfoque na actual crise pandêmica, o acesso às vacinas e os desafios da recuperaçã­o económica no pós-pandemia.

O Grupo dos 77 é a maior organizaçã­o intergover­namental de países em desenvolvi­mento nas Nações Unidas, que fornece os meios para os do Sul articulare­m e promoverem os interesses económicos colectivos e aumentarem a capacidade de negociação conjunta em todas as principais questões económicas internacio­nais dentro do Sistema de Nações e promover a cooperação Sul-sul para o desenvolvi­mento.

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