CARTAS DOS LEITORES
Instituto Médio de Saúde do Kilamba
É pela primeira vez que escrevo para o Jornal de Angola. Sou aluna do primeiro ano no Instituto Médio de Saúde do Kilamba. Admito que a escola é boa, seja do ponto de vista da qualidade do professores, seja das normas impostas. Mas há regras que não me parece serem as mais acertadas. Por exemplo, entramos às 07:00 e só saímos às 12:55. Não temos um intervalo maior para que possamos comer alguma coisa, já que, pela hora que entramos, não dá jeito para muitos de nós tomarem o pequeno-almoço porque moramos muito longe e somos obrigados a levantar mais cedo. Ainda que levemos alguma coisa para comer, não conseguimos porque o intervalo entre as aulas é de apenas cinco minutos. Há vezes que nem sequer temos este pequeno intervalo porque o professor anterior excede-se no tempo. Por causa disso, tem havido casos de desmaios entre os alunos. Quase todos os dias há desmaios. Hoje (ontem) uma colega de uma turma próxima a minha desmaiou, e desconfia-se que seja devido à fome. Mas confirmo que na minha turma já houve pelo menos uma situação de desmaio por fome, além de outros casos. Já fizemos uma reclamação junto da direcção do instituto para que nos concedesse um período de intervalo maior mas a resposta não foi satisfatória. A direcção orientou-nos que nos organizássemos e revitalizássemos a Associação de Estudantes para que situações como estas sejam encaminhadas para a sua solução. Enquanto isso não acontece, vamos continuar a assistir as aulas sem comer nada, situação não só prejudicial à nossa saúde mas também afecta negativamente na assimilação das matérias que nos são ministradas. AMÉLIA JOSÉ Zango I
Mercados informais
Os mercados informais, em qualquer esquina, têm sido das principais preocupações dos Serviços de Fiscalização do Governo da Província de Luanda. Mas, nos últimos meses, me parece que tem havido um certo relaxamento neste quesito porque constato, aqui e ali, sobretudo em paragens de táxi, o surgimento, quais cogumelos, de pequenos pontos de venda de produtos, sobretudo guloseimas, refrigerantes, água e frutas, além de bombó ou banana ou ginguba torrada. Acho que se as autoridades não puserem o pé, podem ser transformados em pequenos mercados o que ficaria mal para a imagem de Luanda, sobretudo se tivermos em atenção que muitos destes postos de venda estão no coração da cidade. Refirome, por exemplo, àquele em plena rua Rainha Ginga, nas proximidade do Jornal de Angola, ou a que podemos encontrar defronte às instalações do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Engenharia. É preciso pôr cobro àquele cenário.. JOÃO CASTRO Cazenga