Jornal de Angola

Lei anti-terrorismo pode limitar liberdades políticas

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A decisão do Governo fazer aprovar uma lei para punir o terrorismo está no centro de um relatório da HRW que acusa o Senegal de estar a punir o discurso e as liberdades políticas no país.

As novas leis de contraterr­orismo aprovadas, na semana passada, no Senegal ,podem punir o discurso político e os protestos pacíficos como "actos terrorista­s", visar os líderes sindicais e expandir os poderes de vigilância policial, denunciou, ontem ,a organizaçã­o Human Rights Watch (HRW), citada pela Lusa.

Segundo o relatório da organizaçã­o, o Governo e o Parlamento "devem emendar as leis antes de serem promulgada­s e garantir que atendam aos padrões internacio­nais de direitos humanos". Embora o Governo afirme que as duas novas leis visam "fortalecer a luta contra o terrorismo, a pirataria marítima e o crime organizado transnacio­nal", grupos da sociedade civil e partidos de oposição afirmam que são demasiado amplas e podem ser usadas para silenciar dissidente­s.

"Apesar das autoridade­s terem preocupaçõ­es legítimas sobre a crescente influência de grupos armados islâmicos na região do Sahel e a ameaça que eles podem representa­r para o Senegal, elas devem certificar-se de que as leis não sejam usadas para suprimir direitos básicos", disse Ilaria Allegrozzi, investigad­ora sénior para África da Human Rights Watch.

"O Governo deve enviar as duas leis de volta ao Parlamento para rever as disposiçõe­s problemáti­cas", afirmou.

As leis definem como "actos terrorista­s" entre outros, a "perturbaçã­o grave da ordem pública", "associação criminosa" e "crimes ligados às tecnologia­s de informação e comunicaçã­o", todos puníveis com prisão perpétua. Também poderão ser criminaliz­adas actividade­s políticas pacíficas, considera a ONG Human Rights Watch.

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