Jornal de Angola

NATO vai elaborar relatório sobre a Ucrânia

A decisão saiu da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeir­os dos Estados-membros da NATO (apoio)

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O chefe da Diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, disse, ontem, à agência Lusa que o Comando Militar Supremo da NATO na Europa vai elaborar "com urgência" um relatório de avaliação da actual situação junto à fronteira com a Ucrânia.

A decisão saiu da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeir­os dos Estadosmem­bros da NATO, realizada segunda e terça-feira em Riga.

"O Comando Militar vai fazer uma avaliação dos riscos inerentes às movimentaç­ões russas junto da fronteira e deixámos uma mensagem de aviso à Federação Russa que qualquer acção destabiliz­adora da Ucrânia será vista com muita preocupaçã­o por parte dos aliados e desencadea­rá uma resposta", disse Augusto Santos Silva.

A avaliação, pedida ao general Tod D. Wolters, Comandante Supremo Aliado na Europa (SACEUR), "foi pedida com urgência porque as informaçõe­s que temos indiciam um aumento da presença militar russa junto da fronteira com a Ucrânia", acrescento­u o chefe da Diplomacia portuguesa.

Expansão da NATO preocupa Vladimir Putin

O Presidente russo, Vladimir

Putin, propôs, ontem, à NATO iniciar negociaçõe­s para evitar o alargament­o da Aliança Atlântica para o Leste da Europa, perto das fronteiras da Rússia.

No diálogo com Estados Unidos e seus aliados insistirem­os em alcançar acordos concretos que excluam uma maior expansão da NATO para Leste e que coloque sistemas de armamento que nos ameacem perto do território da Rússia", afirmou durante uma cerimónia para receber as cartas credenciai­s de vários embaixador­es no Kremlin.

"Nesse sentido, propomos o início de negociaçõe­s substancia­is", disse Putin, salientand­o que a Rússia precisa de "garantias legais" dado que há países ocidentais "que não cumprem os compromiss­os verbais".

"Em particular, todos conhecem as promessas verbais de que a NATO não iria expandir-se a Leste, mas o que aconteceu foi exactament­e o contrário. Em resumo, as legítimas preocupaçõ­es russas em matéria de segurança foram ignoradas e agora continuam a ser", afirmou.

Putin referia-se ao alargament­o a países que integraram o antigo bloco comunista, como Polónia, Hungria, República Checa, Bulgária,

Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Lituânia, Estónia e Letónia.

"Não vamos pedir nenhuma condição especial. Entendemos que qualquer acordo deve ter em conta inevitavel­mente tanto os interesses da Rússia como o de todos os países euro-atlânticos. A situação de tranquilid­ade e estabilida­de deve ser garantida a todos (...) sem excepção", acrescento­u.

"A ameaça nas nossas fronteiras ocidentais está a aumentar. Basta olhar para ver como está perto das fronteiras russas a infra-estrutura militar da Aliança Atlântica. Para nós, isto é muito grave", continuou. Por isso, explicou, Moscovo está a adoptar medidas "técnico-militares", embora tenha insistido que acusar a Rússia de ameaçar alguém é, "no mínimo, irresponsá­vel".

Putin pediu há duas semanas ao ministro dos Negócios Estrangeir­os russo, Serguei Lavrov, para negociar com o Ocidente "garantias de segurança a longo prazo".

A Rússia tem sido acusada nas últimas semanas de concentrar mais de 90 mil soldados perto da fronteira ucraniana com o fim de invadir o país vizinho durante o Inverno.

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DR Denuncias dão conta de que tropas russas estão a se concentar na fronteira com a Ucrânia

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