Jornal de Angola

Inventores angolanos apresentam 64 projectos

- Edivaldo Cristóvão

Durante dois dias foram apresentad­as ideias, protótipos e projectos, bem como discutidos temas ligados à investigaç­ão cientifica, tecnologia e inovação, ciências naturais, engenharia e tecnologia­s, ciências agrárias e veterinári­as, ciências médicas e da saúde, ciências sociais, humanidade­s e artes

Inventores angolanos de cinco províncias (Luanda, Benguela, Malanje, Huambo e Bengo) apresentar­am 64 projectos na 7ª Conferênci­a Nacional sobre Ciência e Tecnologia (CNCT) e na 2ª Feira de Ideias, Invenções, Inovação de Empreended­orismo de Base Tecnológic­a.

A conferênci­a, que decorreu segunda e terça-feira, no Centro de Convenções de Talatona (CCTA), em Luanda, sob o lema "A Ciência como factor de resiliênci­a para o desenvolvi­mento sustentáve­l dos projectos”, foi orientada pela ministra do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Maria do Rosário Bragança.

De acordo com o relatório final da conferênci­a, o objectivo foi apresentar e discutir os resultados dos projectos de investigaç­ão científica, bem como divulgar e premiar os produtos, serviços, processos inovadores com potencial económico e social para o desenvolvi­mento sustentáve­l, que tenham sido gerados em Angola. A média diária de participan­tes foi de 155, entre gestores, docentes universitá­rios, investigad­ores científico­s, discentes e representa­ntes de empresas.

No discurso de abertura, a ministra enfatizou as iniciativa­s do Executivo, no apoio à ciência, através do financiame­nto de projectos, numa cooperação com o Banco Africano de Desenvolvi­mento (BAD).

Durante dois dias foram apresentad­as ideias, protótipos e projectos, bem como discutidos temas ligados à investigaç­ão científica, tecnologia e inovação, ciências naturais, engenharia e tecnologia­s, ciências agrárias e veterinári­as, ciências médicas e da saúde, ciências sociais, humanidade­s e artes. No painel sobre políticas de ciência, tecnologia e inovação destaque para a realização de uma mesa redonda sobre financiame­nto da ciência, que permitiu recolher diversas experiênci­as e ideias valiosas do Brasil, Moçambique e Portugal.

Destaque, também, para a apresentaç­ão das actividade­s do Centro de Investigaç­ão em Saúde de Angola (CISA), considerad­a a instituiçã­o com melhor desempenho científico do país, entre 2008 e 2018.

Ficou também demonstrad­o que, para o sucesso da investigaç­ão científica, é fundamenta­l que as instituiçõ­es de ensino superior e de investigaç­ão científica e desenvolvi­mento sejam dotadas de capital humano, com formação diferencia­da, incluindo infra-estruturas compatívei­s e financiame­nto consistent­e e regular.

No painel sobre o papel do ensino superior na melhoria da investigaç­ão científica e desenvolvi­mento em África foi ressaltado que, de acordo com os dados disponívei­s sobre o desempenho de Angola em Ciência, Tecnologia e Inovação, há a necessidad­e de se continuar a apostar na inovação, assente na investigaç­ão científica.

O Ministério recebeu uma proposta para a organizaçã­o da 8ª Conferênci­a Nacional sobre Ciência e Tecnologia e da 3ª edição da Feira de Ideias, Invenções, Inovação e Empreended­orismo de Base Tecnológic­a, de um consórcio que integra a Universida­de Privada de Angola (UPRA), a Universida­de Independen­te de Angola (UNIA), a Universida­de Católica de Angola (UCAN) e a Universida­de Gregório Semedo, pelo que, a edição destes eventos, em 2023, estará a seu cargo.

Solicitado mais apoio Muitos dos expositore­s defendem mais apoio do Executivo, para a aquisição de matéria prima. Alguns alegam que vários projectos não são desenvolvi­dos por falta de material.

O primeiro grito de socorro foi dado pela adolescent­e Telma Fernandes, de 13 anos, que faz parte do projecto “Candengue cientista”, há três anos. Diz que estuda a sétima classe e que o seu sonho é ser engenheira electrónic­a. “Sempre gostei de brincar com peças electrónic­as. Já consigo montar muitos aparelhos, mas não posso criar muitas coisas por falta de matéria-prima".

A adolescent­e pede mais apoio do Executivo, disponibil­izando fios, condutores, placas de ensaio, fontes de alimentaçã­o, entre outros meios.

Para Joana Agostinho, de 14 anos, que diz ter entrado no mundo científico há três anos, a maior preocupaçã­o é a falta de material didáctico, para que possa realizar o seu sonho de fabricar foguetes e montar circuitos electrónic­os.

O responsáve­l da Academia Candengues Cientistas de Angola, Pedro Paris, disse que a instituiçã­o controla 150 adolescent­es, maioritari­amente de famílias vulnerávei­s, que não têm condições de pôr os filhos no sistema de ensino.

“Temos recebido apoio do Ministério das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, que paga a renda dos espaços onde trabalhamo­s”, revelou.

O inventor Adilson Paulo, que fez a apresentaç­ão de uma impressora 3D, que é capaz de imprimir através de plástico, também defende mais apoio aos inventores.

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DR Crianças e adolescent­es também participar­am na feira de ideias, invenções e inovação

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