Apostar na água
A criação de condições para a captação, tratamento e abastecimento de água em todo o país continua a ser uma aposta do Executivo porque há clara percepção de que apenas com esta realidade se poderá avançar para a melhoria da vida, em todas as esferas.
Recentemente, as comunidades dos municípios de Curoca e Cahama receberam com satisfação os projectos estruturantes de abastecimento de água às zonas da margem direita do rio Cunene.
Na província mais a Sul do país, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, na companhia da governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, e dos administradores municipais e comunais, promoveu uma sessão de auscultação das populações para os projectos de construção da barragem hídrica da Cova do Leão sobre o rio Caculuvale, desassoreamento de nove represas e construção de sistema de captação através de furos.
Sabemos todos o quanto a província do Cunene e zonas circundantes passam em matéria de limitação do fornecimento de água para o consumo humano e animal, razão pela qual, nos últimos anos o Executivo tem se desdobrado em iniciativas que visam proporcionar soluções sustentáveis em detrimento de respostas que remedeiam a situação.
Desde há algum tempo que esta região do país ocupa parte significativa das atenções do Executivo quando se trata de criação de condições para aumentar o fornecimento de água pelas razões que já conhecemos.
As dificuldades das famílias e, por arrasto, dos animais, multiplicam-se com a falta de água numa altura em que as diligências para erguer projectos hídricos vão servir para mitigar de forma substancial a fome, o desemprego, etc..
Acreditamos que os investimentos que se fazem em água em todo o país vão impactar positivamente na Saúde e na Economia, apenas para mencionar estas duas variáveis incontornáveis da vida em qualquer Estado.
Tal como indicam estudos e análises, que procuram mensurar a relação entre a melhoria da qualidade da água e a saúde, investir na água contribuirá para reduzir as idas às unidades hospitalares decorrentes de doenças de foro gastro e diarreicas, reduzirá a pobreza, o desemprego e impactará positivamente no crescimento do Produto Interno Bruto.
Segundo um estudo do Banco Mundial, feito em tempos, mas ainda actual para maioria dos países de baixa e média renda, num dos quais se encontra Angola, que “um dólar gasto em água traduz-se em quatro dólares poupados em saúde”.
Quer dizer que, se formos bem sucedidos em investir na criação de condições para captação, tratamento e fornecimento de água em condições normais de Cabinda ao Cunene, não há dúvidas de que estaremos a poupar quatro vezes mais do que se estaria a gastar com a saúde.
Por outro, não podemos perder de vista que a escassez, nalguns casos a falta completa, de água para as pequenas iniciativas empresariais ou fabris tem contribuído para o aumento dos custos de produção que, por sua vez, acaba por incidir no consumidor final.
Esperemos que o Executivo continue apostado nas iniciativas que promove para transformar o fornecimento de água em condição “sine qua non” para melhorar a vida dos angolanos.