Jornal de Angola

Maputo agradece ajuda militar dada pelo Rwanda

-

O Primeiro-ministro de Moçambique, Carlos Agostinho do Rosário, disse, quartafeir­a, no Parlamento, que a presença militar do Rwanda na guerra contra o terrorismo “não tem preço” e tem permitido parar “as acções bárbaras” dos grupos armados.

De acordo com a Lusa, o responsáve­l respondia a uma pergunta da bancada parlamenta­r da Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo), principal partido da oposição, sobre “as contrapart­idas” da presença militar do Rwanda na luta contra os grupos armados na província de Cabo Delgado, Norte do país.

“A protecção e a salvaguard­a de vidas humanas de uma ameaça global como é o caso do terrorismo não tem preço”, enfatizou o Primeiromi­nistro. O maior benefício que se pode esperar do apoio militar do Rwanda é o alcance da segurança e paz colectiva na região, continente e no mundo, acrescento­u.

Carlos Agostinho do Rosário assinalou que “o sacrifício consentido” pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambican­as e pelos contingent­es militares do Rwanda e da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) é no interesse da defesa da integridad­e territoria­l de Moçambique.

“Este sacrifício não tem sido em vão. Está a permitir parar com as acções bárbaras cometidas pelos terrorista­s que nas suas incursões assassinas têm como alvos pessoas indefesas, das quais nem as crianças, mulheres e idosos são poupadas”, sublinhou.

O Primeiro-ministro moçambican­o apelou à unidade do país na luta contra a acção dos grupos armados, defendendo os contingent­es militares envolvidos no teatro de operações. A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterroriza­da desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito em Cabo Delgado já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridade­s moçambican­as.

Desde Julho, uma ofensiva das tropas governamen­tais com o apoio do Rwanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperand­o zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamen­te a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde Agosto de 2020.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola