Primeiro-ministro prepara remodelação do Governo
O Primeiro-ministro sãotomense admitiu, sexta-feira, que a remodelação do Governo tem sido adiada pela falta de entendimento entre os partidos da coligação parlamentar que pode levar à queda do Governo, na Assembleia Nacional, noticiou a Lusa citando o próprio Chefe do Executivo são-tomense.
“Sei que há uma grande expectativa a este nível e eu não sou inocente, mas é como eu disse: brevemente saberão”, disse Jorge Bom Jesus, durante uma conferência de imprensa de balanço dos três anos do XVII Governo, que se assinalou sexta-feira.
A precisamente um ano de terminar o mandato, o Chefe do Governo referiu que tem consciência que o seu tempo “está a escassear”, mas disse que “há uma série de parâmetros” que tem colocado sobre a mesa, tendo em conta o “mosaico que constitui esta governação” sustentada por uma margem mínima de 28 deputados numa coligação, na sequência das eleições legislativas de 2018.
Bom Jesus tinha revelado à agência Lusa, em Setembro, que depois da posse do novo Presidente da República, Carlos Vila Nova (no início de Outubro), iria anunciar uma remodelação governamental. “Isso não é o Governo anterior, que tinha 33 deputados oriundos de uma mesma bancada - uma equipa homogénea”, realçou, admitindo que a remodelação “atabalhoada” do Governo poderia pôr em causa a continuidade do acordo parlamentar entre o seu partido, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP/PSD) e a coligação PCD-MDFM-UDD, que suporta o Executivo no Parlamento.
“Eu sei que muitos gostariam que eu fizesse as coisas de forma atabalhoada para muito mais rapidamente cair na Assembleia Nacional por falta de apoio. Só tenho 28 deputados do meu lado. A minha vida não é fácil!”, precisou.
No entanto, Jorge Bom Jesus garantiu que está a encarar o assunto “com muita responsabilidade”, tendo revelado que há muita gente a declinar o seu convite para assumir funções no Executivo que entrou na recta final de mandato.
“Há muita gente que faz apelo à remodelação. No momento que nós batemos à porta a essas pessoas, nessa altura, nem toda a gente tem essa coragem, essa determinação. Não pensem que isso é assim tão fácil de assumir, sobretudo nesta recta final”, explicou.