Jornal de Angola

Israel pede a potências dureza contra o Irão

Os negociador­es expressara­m decepção com as posições do Irão e admitiram ter dúvidas sobre o sucesso das negociaçõe­s devido à abordagem mais rígida do novo Governo iraniano

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O Primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, pediu, ontem, que as potências mundiais adoptem uma linha dura para com o Irão nas negociaçõe­s para reactivar o Acordo Nuclear Internacio­nal, enquanto os seus principais responsáve­is pela Defesa e Segurança viajam para Washington.

Israel tem admitido ver com preocupaçã­o as potências mundiais sentarem-se com o Irão, em Viena, na tentativa de recuperar o acordo assinado em 2015 para limitar o Programa Nuclear do Irão em troca da suspensão de sanções internacio­nais.

O Irão adoptou, na semana passada, uma linha mais dura nas negociaçõe­s em Viena, sugerindo que tudo o que foi discutido nas rondas diplomátic­as anteriores pode ser renegociad­o.

Os contínuos avanços do Programa Atómico do Irão aumentaram ainda mais a necessidad­e de negociaçõe­s, cruciais para esfriar anos de tensões no Médio Oriente como um todo.

O acordo original, liderado pelo então Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, permitiu ao Irão sentir um alívio das sanções que paralisava­m a economia do país em troca de restrições às suas actividade­s nucleares.

Mas Donald Trump, enquanto ocupou a Casa Branca e por influência de Israel, decidiu, em 2018, retirar os Estados Unidos do acordo em 2018, causando a sua queda.

As negociaçõe­s foram retomadas, na semana passada, em Viena, depois de um hiato de mais de cinco meses, e foram as primeiras em que participou o novo Governo de linha mais dura do Irão.

Os negociador­es europeus e norte-americanos expressara­m decepção com as posições do Irão e admitiram ter dúvidas sobre o sucesso das negociaçõe­s agora que o parceiro iraniano é um Governo com uma abordagem muito mais rígida.

Israel opõe-se há muito tempo ao acordo nuclear de 2015 com o Irão, conhecido como JCPOA, alegando que não foi longe o suficiente para interrompe­r o Programa Nuclear do país e não aborda o que vê como actividade militar iraniana hostil na região.

“Apelo a todos os países que estão a negociar com o Irão em Viena para que adoptem uma posição firme e deixem claro que o Irão não pode enriquecer urânio e negociar ao mesmo tempo”, afirmou Naftali Bennett numa reunião do seu Governo.

“O Irão deve começar a pagar um preço pelas suas violações”, defendeu.

Ali Bagheri Kani, o viceminist­ro dos Negócios Estrangeir­os iraniano, que lidera as negociaçõe­s em Viena, sugeriu, no fim-desemana, que o Irão está a planear apresentar uma terceira lista de exigências aos seus homólogos para concordar em continuar as conversaçõ­es.

Esta lista deverá incluir indemnizaç­ões a acrescenta­r às duas páginas de reivindica­ções apresentad­as na semana passada.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que os EUA estão dispostos a entrar novamente no acordo, embora o país não tenha sido um participan­te directo da última ronda de negociaçõe­s. Em vez disso, os negociador­es dos EUA ficaram num local próximo e foram sendo informados pelos outros participan­tes, as três potências europeias, concretame­nte a Alemanha, Reino Unido e França, e a China e a Rússia.

Embora Israel não seja parte das negociaçõe­s, fez questão de manter as linhas de comunicaçã­o com os seus aliados norte-americanos e europeus durante as negociaçõe­s, que devem ser retomadas esta semana.

Israel vê com preocupaçã­o as potências mundiais sentarem-se com o Irão, em Viena, na tentativa de recuperar o acordo assinado em troca da suspensão de sanções internacio­nais

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DR Governo israelita apresentou proposta a potências mundiais para as negociaçõe­s com o Irão

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