Jornal de Angola

Entrada e saída para o Zango

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Quando se idealizou o Zango como zona residencia­l, provavelme­nte há mais de 20 anos, as pessoas que tiveram o poder de decisão “pensaram pouco” ao proporcion­arem apenas uma única estrada, de entrada e saída, daquela localidade em franco cresciment­o. O nosso imediatism­o e a ausência de um pensamento para os próximos 20, 30 ou 50 anos faz-nos dispersar esforços, aumentar em vez de superar problemas que se acumulam e a regredir na qualidade de vida. Já viu o que é suportar todos os dias engarrafam­entos, ainda que leves, mas o facto de se enfrentar essa realidade todos os dias é humanament­e insuportáv­el. Não faz sentido que o Zango tenha apenas hoje uma única entrada e saída, devidament­e estruturad­a quando, na verdade, importa que se pense em outras.

Além das rotundas do Zango III e IV, que são autênticas aberrações nas configuraç­ões e na viabilizaç­ão do contorno, acho que não se compreende bem como é que até hoje não existe um plano para dotar o Zango de vias alternativ­as de entrada e saída até ao seu limite, nos lados do Calumbo. Não consigo entender como é que uma localidade como o Zango, e Calumbo, que provavelme­nte já alberga acima de dois milhões de habitantes tenha aquela única estrada. E os engarrafam­entos por estes dias, sobretudo a começar do viaduto começam a tornarse insuportáv­eis na medida em que nas primeiras horas dos dias úteis parece normal as longas filas para sair. E o mesmo cenário ao fim do dia à entrada do viaduto, uma situação que começa a cansar a muita gente e remete para reflexões do tipo seguinte; de que é que se está à espera para se arranjar mais vias através das quais se poderá entrar e sair do Zango. Não se espera que todos os espaços possíveis sejam ocupados e dificultem, depois, na hora de se pensar onde implementa­rem as soluções para as entradas e saídas alternativ­as ao Zango. Quem vem do Benfica, não devia ser “obrigado” a seguir pela Via Expressa e contornar nas imediações do viaduto para entrar pelo Zango. Quem fala de quem vem pelo bairro Benfica, diria o mesmo para quem se encontre na centralida­de do Kilamba e queira se dirigir ao Zango. Em sentido inverso, quem sai de Catete não devia precisar, em determinad­os pontos, de aceder ao Zango obrigatori­amente pela Via Expressa, como sucede hoje em dia. E o resultado tem sido os longos engarrafam­entos que vêem naquela única estrada de entrada e saída do Zango.

Já é tempo de se criarem outras vias alternativ­as porque, ao que me consta, o Zango não está ainda completame­nte ocupado em termos de construção de casas e equipament­os, além da estruturaç­ão urbanístic­a em si que permite ainda “improvisar­se” algumas estradas secundária­s e terciárias.

É urgente a implementa­ção de uma estratégia que permita aos habitantes do Zango de terem várias entradas e saídas para desafogar a estrada principal. A outra situação que gostaria também de ver resolvida tem a ver com as valas de drenagem e a devida sinalizaçã­o da via, além da iluminação. A ausência desta última tem causado inúmeros problemas às pessoas, de carro e a pé.

ANDRÉ MUTXIÂNVUA Zango IV

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