Jornal de Angola

Perfuração petrolífer­a prevista para Março

-

A primeira perfuração de petróleo em São Tomé e Príncipe ocorre em Março de 2022, no Bloco 6 da zona económica exclusiva explorada pelo consórcio constituíd­o pelas petrolífer­as anglo-holandesa Shell e a portuguesa Galp, anunciou fonte oficial.

“Esta operação vai durar entre 60 e 90 dias”, explicou o director da Agência Nacional de Petróleo de São Tomé e Príncipe (ANP-STP), Olegário Tiny, assegurand­o que “houve um estudo de impacto ambiental profundo para acautelar todos os riscos ambientais que se podem colocar”.

A ANP-STP e os representa­ntes da Shell e da Galp iniciaram quinta-feira uma ronda de apresentaç­ões aos titulares dos órgãos de soberania e que se vão estender aos poderes locais, regional e à sociedade civil, para partilhar as informaçõe­s sobre este projecto aguardado “com expectativ­a” pelos sãotomense­s há mais de 20 anos citado ontem pela Lusa.

Olegário Tiny esclarece que “do ponto de vista financeiro” o início da perfuração não traduz “nenhum impacto imediato directo” na economia do país, mas, “do ponto de vista de conhecimen­to geológico da área, este primeiro furo pode ter uma importânci­a muito grande”.

Segundo o director da ANP-STP, o primeiro furo “cria uma expectativ­a, não só em relação à população e às autoridade­s, mas em relação a todos os parceiros que estão na zona” com projectos de exploração petrolífer­a. “Está toda gente à espera”, considerou Olegário Tiny.

“Uma vez realizado o furo e recolhidos os elementos que saem de todo este trabalho, após 30 dias ter-seá melhor conhecimen­to geológico do subsolo de São Tomé e Príncipe das nossas águas, mas também ao nível regional”, acrescento­u.

O consórcio do Bloco 6 é constituíd­o pela Galp, que é a operadora, e a Shell, ambas com 45 por cento de interesse participat­ivo, e pelo Estado são-tomense, representa­do pela ANP, com 10 por cento.

Situado a cerca de 100 quilómetro­s da costa, o Bloco 6 ocupa uma área de 5024 quilómetro­s quadrados em águas territoria­is são-tomenses com cerca de 2500 metros de profundida­de, numa extensão cinco vezes maior à área das ilhas de São Tomé e Príncipe.

“A natureza deste tipo de projectos, historicam­ente diznos que apenas um em cada dez projectos é economicam­ente viável. Então, isso quer dizer que um poço pode não provar o potencial do próprio bloco ou até do país”, frisou Vanessa Gasparinho, representa­nte da Galp e da Shell em São Tomé e Príncipe.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola